Estimativas oficiais mostram que o déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sistema público de previdência que atende aos trabalhadores do setor privado deverá aumentar substancialmente nos próximos 45 anos mesmo sem as alterações no chamado fator previdenciário – aprovadas na última quarta-feira (13) pela Câmara dos Deputados. Com as mudanças, a trajetória do rombo da Previdência Social tende a ficar maior ainda, de acordo com especialistas consultados pelo G1. A aprovação que aconteceu nesta semana na Câmara dos Deputados ainda é o primeiro passo. Para que tenha validade, a Câmara ainda precisa concluir a votação das demais sugestões de alteração da Medida Provisória 664. Após a aprovação da redação final, o texto seguirá para o Senado. Por fim, ainda teria de ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff, que tem poder de veto.Segundo o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, enviado no mês passado pelo governo ao Congresso Nacional, o déficit do INSS, estimado em R$ 66,7 bilhões para 2015, ou 1,14% do Produto Interno Bruto (PIB), deverá avançar, mesmo sem a mudança das regras do fator previdenciário, para R$ 1,04 trilhão em 2040 (3,52% do PIB) e para R$ 7,21 trilhões em 2060 – o equivalente a 9,24% do PIB, estimado em R$ 78 trilhões. Essa projeção foi feita pelos Ministérios da Previdência Social, da Fazenda e, também, do Planejamento.
