A venda generalizada de ativos no Brasil, que empurrou o real ao nível mais baixo em 12 anos e levou os yields (rendimentos) de seus títulos de dívida a um patamar recorde, está começando a atrair alguns gestores de recursos que apostam que as coisas não podem ficar muito piores. Investidores capazes de suportar a volatilidade podem optar por notas denominadas em dólares com yield mais de dois pontos porcentuais acima que bonds (títulos) com classificação similar das Filipinas, enquanto os títulos soberanos de 10 anos em reais pagam aos seus detentores cerca de 14%, taxa que perde apenas para a da Nigéria entre os maiores mercados emergentes. Os otimistas estão apostando que a maior economia da América Latina tem muito potencial a longo prazo, mesmo em meio à crise impulsionada pela pior recessão desde 1990, especulações sobre impeachment da presidente, inflação crescente e taxas de juros elevadas. As coisas estão mal no momento, eles reconhecem, mas vão se recuperar. "Para nós, é meio difícil entender por que o mercado está punindo tanto os ativos brasileiros", disse o gerente de portfólio Bryan Carter, que ajuda a administrar cerca de US$ 360 milhões em dívidas de mercados emergentes na Acadian Asset Management, em Boston, EUA. "As manchetes não são positivas, mas no fim das contas eles continuam ganhando dinheiro em São Paulo e indo à praia no Rio. O país não está desmoronando".

