Coqueluche é coisa séria. A enfermidade provocada pela bactéria Bordetella pertussis atinge crianças, adolescentes e adultos. Nos mais velhos, os sintomas são parecidos com os de um resfriado comum, mas no sistema imunológico ainda imaturo dos pequenos (especialmente aqueles que não completaram 1 ano de idade) o estrago causado por esse micro-organismo é grande. No corpo, ele invade as vias respiratórias e produz uma secreção que pode se acumular nos pulmões e nos brônquios, provocando febre, coriza, tosse, chiado no peito e, em quadros mais graves, pode evoluir também para uma pneumonia, complicações neurológicas e hemorrágicas e até mesmo levar à morte. E o pior: o número de casos vem crescendo em diversas regiões do Brasil desde 2011, segundo o Ministério da Saúde. Para se ter uma ideia, só em 2013 foram mais de 6 mil registros da doença em todo o país. A transmissão se dá por meio do contato com gotículas eliminadas quando a pessoa doente tosse, espirra ou fala. Em geral, sabe-se que, nos casos dos bebês contaminados, os principais responsáveis por esse processo são as mães, que muitas vezes não tomam o reforço da vacina contra a coqueluche quando adultas. No entanto, segundo um estudo recém-publicado no jornal científico Pediatrics, as crianças estão mais propensas, na verdade, a serem contaminadas por seus irmãos mais velhos, já em idade escolar. Para chegar a essa conclusão, um time de cientistas - liderado por experts do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos - selecionou, entre 2006 e 2013, 1 306 casos de coqueluche infantil.