Os locais de trabalho podem estar na origem de distúrbios psicossociais, em consequência de os funcionários terem que "lidar com pessoas difíceis", revela um estudo europeu apresentado nesta semana. As conclusões constam do Segundo Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos e Emergentes (ESENER-2), da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho. As conclusões deste trabalho -- que recolheu respostas de cerca de 50 mil locais de trabalho em 36 países -- sugerem que os locais de trabalho podem estar na origem de problemas psicossociais e de doenças músculo-esqueléticas. "Lidar com pessoas difíceis, sejam clientes, pacientes ou alunos é o fator de risco mais recorrente em 58% das organizações na UE, especialmente no setor dos serviços", refere o estudo. Segundo o inquérito, outro fator de risco psicossocial relaciona-se com a "pressão relativamente a prazos a se cumprir". Além disso, os fatores de risco psicossocial são "mais difíceis de gerir, como ficou patente na falta de informação ou de ferramentas preventivas adequadas para lhes fazer face de forma eficaz". No que se refere a perturbações músculo-esqueléticas, devido a posições cansativas e dolorosas, movimentos repetitivos das mãos ou braços, estas são frequentemente reportadas em todos os setores de atividade. O inquérito permitiu ainda concluir que o controle regular de riscos é a melhor forma de prevenção, o que é praticado em larga escala, embora não na totalidade, pelos países europeus. O inquérito ESENER-2 permitiu também concluir que as empresas encaram a gestão de segurança e saúde como uma "obrigação”.
