Os talibãs condenaram "energicamente" nesta última semana a renovação das sanções da ONU à formação insurgente e advertiram que essa extensão representa uma "nova barreira" para as negociações de paz com o governo do Afeganistão, que devem ser retomadas nas próximas semanas."As Nações Unidas estenderam suas injustas sanções ao Emirado Islâmico (como se chamam os talibãs) em momentos em que estão emergindo esperanças de paz permanente em nosso querido país com o avanço" talibã, indicaram em comunicado.A ONU renovou na segunda-feira suas sanções aos talibãs, que incluem bloqueios de ativos, proibições de viagem e embargos de armas a indivíduos e entidades, e anunciou que não haverá mudanças durante 18 meses.A aceitação das sanções pelo governo e o envio de assessores das tropas britânicas à província de Helmand, onde as forças afegãs lutam para conter o contundente avanço dos talibãs, também foram consideradas "barreiras" ao diálogo de paz pelo grupo insurgente."Consideramos esses impedimentos como uma sabotagem proposital ao processo de paz e esses movimentos como os principais fatores por trás da continuação da guerra no Afeganistão", manifestou o grupo insurgente.Os talibãs afirmaram que, diante da decisão das tropas internacionais de permanecer em território afegão, continuarão a lutar pela independência do Afeganistão e pelo estabelecimento de um "estado islâmico".Em maio, o Alto Conselho para a Paz do Afeganistão garantiu que tinha começado a negociar com as Nações Unidas para que eliminassem de sua lista negra os talibãs que participassem do processo de paz, uma das condições fixadas para iniciar o diálogo.Dois meses depois, representantes do governo e dos insurgentes realizaram no Paquistão sua primeira reunião oficial, mas o processo foi suspenso após ser noticiado em julho que o fundador do movimento talibã, o mulá Omar, tinha morrido em abril de 2013.Após participar de uma cúpula internacional no Paquistão para buscar saídas ao conflito afegão, o presidente do país, Ashraf Ghani, anunciou há duas semanas que o diálogo de paz seria retomado em questão de "semanas". (EFE)

