A cada 1.000 bebês, três apresentam graves problemas no coração, e, de acordo com o cardiologista pediátrico Jorge Afiune (DF), cerca de 30% recebem alta dos berçários sem fazer o diagnóstico. No Brasil, a triagem neonatal tem sido reforçada com a realização de um exame simples e rápido, que afere o nível de oxigênio no sangue, feito 24 horas após o nascimento e que pode ajudar a identificar doenças cardíacas e salvar a vida da criança. O exame é conhecido popularmente como “Teste do Coraçãozinho”. É rápido, leva de 5 a 10 minutos para ser feito e pode detectar desde doenças cardíacas simples até as mais graves que envolvem, por exemplo, defeitos de formação das artérias. Um dos conferencistas do VII Congresso Baiano de Pediatria, que prossegue até sábado (4/5), no Pestana Bahia Hotel, Dr. Jorge Afiune explica que a falta dessa avaliação "faz com que esses bebês tenham um risco maior de complicações e até mesmo de morte, pois estas doenças são gravíssimas e por vezes passam despercebidas durante a gestação e nos primeiros dias de vida".
Obrigatoriedade: Ainda não existe uma lei federal que assegure a realização do exame no país, mas em vários estados o teste já tem sido feito de forma rotineira, pois os pediatras e neonatologistas já incorporaram o método ao seu dia a dia de trabalho. De acordo a cardiologista pediátrica e chefe da UTI cardiológica pediátrica do Hospital Anna Nery, dra Patrícia Guedes, a maioria dos hospitais de Salvador, tanto na rede pública quanto particular, já têm condições de realizar o exame, embora ainda não o façam de forma sistemática, como procedimento obrigatório. “As unidades de saúde do interior, no entanto, ainda se mostram tímidas na execução do método”, alerta.
