Mensagens de áudio compartilhadas em grupos de WhatsApp usados por taxistas prometem uma guerra contra o Uber. Homens que seriam motoristas de frotas de táxi ameaçam incendiar qualquer carro preto que apareça no caminho deles como forma de protesto à decisão da Justiça que proíbe o Departamento de Transporte Público (DTP) de apreender carros que prestam serviço pelo aplicativo Os áudios foram compartilhados na noite desta terça-feira e, além de incitar a violência, garantem que vão parar os Aeroportos de Congonhas e Guarulhos, rodoviárias e citam o presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de São Paulo (Sintetaxi-SP), Antonio Matias, o Ceará. Procurada, a entidade afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que as mensagens podem ter sido "plantadas" entre a categoria e que cabe à Polícia Civil investigar os autores das publicações. O Simtetaxi ainda afirmou que "repudia" qualquer tipo de violência e está amparado pelo Legislação trabalhista para realizar manifestações pacíficas contra o aplicativo. Mas na semana passada, o presidente da entidade compartilhou um vídeo nas redes sociais incitando a violência. "Agora é cacete, prefeito", afirmou. Posteriormente, afirmou ter sido "mal interpretado". Nos áudios de WhatsApp, a categoria promete violência contra qualquer motorista que esteja dirigindo um carro semelhante aos modelos utilizados pela Uber. Os áudios ameaçam tanto a Uber quanto os motoristas de carros de passeio. "A gente tem que se reunir mesmo e colocar fogo em cada carro preto que a gente vir na rua. Aí eles vão botar fé na gente. F. se é Uber ou não é. Por mim eu já começava a botar fogo agora. Viu o carro preto parado? Bota fogo. Vamos ver se rapidinho eles não dão um jeito", disse um dos supostos taxistas. Outro responde: "Rapaziada, como sou mais um frotista estou pouco me lixando. Vamos para cima botar fogo. Vamos lutar pelos nossos ideais e que se f. político e polícia. Se a gente não lutar vamos perder espaço e perder tudo." "Conversa com o Ceará e o Satanás. A guerra para o país ser liberto não morreu gente e derramou sangue? Para gente ser liberto dessa maldita empresa (Uber) a gente derruba sangue. Morre alguém vem um outro e assume. Ninguém quer ser herói morto, mas vamos brigar por nossas famílias e nossos direitos. Vamos quebrar", afirma um outro taxista de frota, pedindo para os colegas entrarem em contato com o presidente do sindicato. A entidade, no entanto, rebateu a mensagem. "O presidente Antonio Matias e nenhum diretor, até o momento foram procurados por taxistas sobre este tipo de ação. E se procurados, não vão apoiar o movimento que vai na contramão da luta pelo respeito à lei municipal que proíbe o uso do transporte clandestino", afirmou o Sintetaxis. Para um dos integrantes do grupo de WhatsApp, os carros do aplicativo já poderiam ter sido queimados na última quinta-feira, quando taxistas cercaram carros da Uber que atendiam passageiros do Hotel Unique, durante uma festa. "É isso aí. Tem que ir para cima. Tinha que ter feito isso no Unique e começar a tacar fogo por lá."
