O ministro da Cultura de Portugal pediu demissão ontem depois de uma polêmica envolvendo comentários dele em uma rede social. João Soares disse em um comunicado que não quer criar problemas para o governo de centro-esquerda, que assumiu o poder no país recentemente. Recentemente, Soares respondeu em sua página no Facebook a dois colunistas do jornal Público, prometendo-lhes um "par de bofetadas" por críticas à política cultural do governo. "Estou a ver que tenho de o procurar, a ele [Augusto M. Seabra] e já agora ao Vasco Pulido Valente, para as salutares bofetadas. Só lhes podem fazer bem. A mim também", escreveu ele em um post na quinta-feira. Soares também disse que não abriria mão de sua liberdade de expressão. "Demito-me também por razões que têm a ver com o meu respeito pelos valores da liberdade. Não aceito prescindir do direito à expressão da opinião e palavra", escreveu em um post no Facebook, depois de ter sido repreendido publicamente por pessoas ligadas ao governo. Soares, que entrou no governo em novembro, é filho do ex-primeiro-ministro e duas vezes presidente da República Mario Soares, um dos líderes do campo democrático da Revolução dos Cravos. O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, disse que lembra aos membros do seu governo que se "reservem no modo de expressar suas opiniões" e afirmou que não deseja que seus subordinados use uma linguagem "abrasiva". (Estadão Conteúdo)

