A continuidade dos saques das contas poupança têm obrigado os principais bancos brasileiros a reajustar para cima os juros cobrados para o financiamento imobiliário, mostra uma análise publicada pelo banco BTG Pactual. Apenas no primeiro trimestre do ano, os saques líquidos somaram R$ 24,050 bilhões, sendo saldo negativo de R$ 21,441 bilhões via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e de R$ 2,609 bilhões da poupança rural. Em março, a saída ficou em R$ 5,380 bilhões, segundo pior desempenho para o mês na série histórica iniciada em 1995. Segundo as simulações do BTG Pactual, o Banco do Brasil aumentou o juro em 20 pontos-base, enquanto o Santander elevou a própria taxa em 50 pontos-base. “Após esses movimentos, o BB e o Santander agora estão cobrando as taxas mais elevadas dos bancos analisadas por nós (TR+11,5% ao ano), seguido do Itaú (TR +11,1%), Bradesco (TR +11%) e Caixa (TR +10,7%)”, avalia o analista Gustavo Cambauva. Cambauva ressalta que o crédito mais caro para os clientes é uma das principais razões para as fracas vendas de imóveis no Brasil e o número alto de cancelamentos. “E, desde que não esperamos uma reversão dessa tendência, mantemos a nossa visão cautelosa para as construtoras e corretoras imobiliárias”, afirma. (O Financista)
