Corpos de guarda municipal e irmão mortos em Salvador são enterrados
Em um cortejo com cerca de 300 pessoas, amigos, colegas de trabalho e familiares do guarda municipal José Augusto de Moura Filho, 32 anos, conhecido como Marcelo, e do seu irmão Augusto César da Purificação Mura, 35, mortos durante troca de tiros com um assaltante na noite do último sábado, no bairro de Tancredo Neves, em Salvador, foram enterrados no final da tarde desta segunda-feira (13), no Cemitério Bosque da Paz.
Durante o enterro, colegas de trabalho de José Augusto prestaram homenagens com gritos de guerra da Guarda Municipal. Ele estava na corporação desde o ano de 2008 e trabalhava na guarda operacional. Já o seu irmão, Augusto César, havia deixado o emprego em uma transportadora de valores para abrir, em sociedade com José Augusto e outro irmão, um mercadinho.
“Eles eram pessoas ótimas, pessoas de família, sempre dispostos a ajudar as pessoas. Meu irmão César participava de tudo na minha vida. Marcelo (José) sempre foi muito família, querido por todo mundo. É uma dor muito grande”, lamentou Marcleide da Purificação, 31, irmã das vítimas.
José Augusto, Augusto César e um terceiro irmão, identificado como Sérgio, conversavam na porta do mercadinho quando Anderson Souza Santos, 42, se aproximou dos irmãos em uma moto para assalta-los, segundo a polícia. José percebeu a ação, sacou uma arma e disparou contra o suspeito. Teve início uma troca de tiros e ele e Augusto César forma baleados. Os dois chegaram a ser socorridos para o Hospital Roberto Santos, mas não resistiram aos ferimentos. O suspeito também não resistiu e morreu.
Há dois meses, os três se unirão em uma sociedade para compra do mercadinho, o Ribeiro Supermercado, localizado na Rua Direta, em Tancredo Neves.
Comoção
No enterro, familiares pediram justiça contra a morte dos irmãos e lamentaram a circunstância da morte. “Não precisava disso, meu Deus. Eles eram pessoas boas, de família, que sempre queriam bem para todo mundo. César sempre dizia que ia deixar o trabalho na transportadora, dizia que era muito perigoso. Saiu para morrer desse jeito”, disse a aposentada Josefa Pereira dos Santos, 65 anos, tia das vítimas.
Augusto César era casado e deixa um filho de 2 anos. Ele morava com a esposa no bairro do Pau Miúdo. “Ele estava tentando ser um bom pai, estava lutando para sustentar a família”, disse, abalada, Jociane Moura. Segundo Josefa Pereira, José Augusto morava com uma tia no bairro de Itapuã. Ele também deixa um filho de 2 anos.
O gerente de operações da Guarda Municipal de Salvador, Anderson Barros, lamentou a morte dos irmãos e lembrou da dedicação de José Augusto ao trabalho. “Era um bom profissional. Tanto era que muitos colegas vieram fazer essa homenagem. Ele estava com a gente desde a formação da primeira turma da guarda, que teve início em 2008. Uma grande perda”, disse.
Fotos: Almiro Lopes/Amanda Palma