O físico Adlène Hicheur, condenado por terrorismo na França e que atualmente dá aulas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está sendo deportado do Brasil, de acordo com o Sindicato dos docentes da UFRJ. As primeiras informações indicam que o professor está no Aeroporto Tom Jobim (Galeão), esperando a deportação. O reitor da UFRJ, Roberto Leher, está no local tentando evitar a medida e pedindo mais explicações sobre as acusações. Uma reportagem da revista "Época" revelou que o físico, de origem argelina, foi condenado por terrorismo na França. Preso em 2009, cumpriu a pena e chegou ao Brasil em 2013. A UFRJ diz que a contratação do professor seguiu os tramites habituais. A Polícia Federal monitorava Adlène Icheur desde 2013. Em outubro do ano passado, agentes fizeram buscas na casa dele, no Rio, e na UFRJ. Decisão da Justiça francesa, à qual o Jornal Nacional teve acesso, cita mensagens trocadas entre Hicheur e um representante da rede terrorista Al Qaeda encontradas em buscas na casa do professor, em Ornéx, na França. O JN teve acesso a 35 emails que comprovariam relações do professor com a organização. Em junho de 2009, ele recebe a proposta em francês: "Caro irmão, vamos ser diretos: você está disposto a trabalhar dentro de uma unidade em ativação na França? Quais ajudas seriam possíveis oferecer? Quais suas sugestões?" Ele responde que sim e diz que queria morar na Argélia, mas pode mudar seus planos e ir para a Europa se a estratégia for "trabalhar dentro da casa do inimigo e esvaziar o sangue das suas forças". O integrante da Al Qaeda comemora: "Por Deus, você me agradou muito". A Justiça francesa cita também documentos encontrados na casa de Hicheur sobre a historia do Islã. Um deles traz indicações sobre fuzis de precisão e detalhes militares. (Globo)

