A Samarco estuda a reutilização do Vale do Fundão –área de Mariana (MG) onde uma barragem se rompeu em novembro como reservatório de rejeitos de minério. A alternativa foi apresentada pela empresa em um estudo de impacto ambiental elaborado em junho, sete meses depois da tragédia que deixou 19 mortos e um rastro de destruição até a região litorânea do Espírito Santo. O documento da mineradora foi enviado a órgãos públicos e obtido pela Folha. Ele pede a análise prévia de um retorno das operações em Mariana, suspensas depois do rompimento da barragem. Como Fundão foi avariada, a mineradora, cujas donas são a brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, propõe usar por dois anos a cava (buraco aberto após a escavação de minerais) da mina de Alegria Sul para despejar os rejeitos –e que ficaria cheia ao fim desse período. O texto aponta que, depois disso, outras cavas poderiam ser utilizadas ou a Samarco faria uma "transição para barragem com conceito construtivo diferenciado". "Neste horizonte será considerada a barragem de Mirandinha e utilização potencial do Vale do Fundão, após conclusão dos trabalhos emergenciais e análises técnicas das causas do incidente", diz trecho do estudo.

