A cassação do mandato do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), não deve alterar significativamente a rotina do governo, na opinião de interlocutores do presidente Michel Temer. Para o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, o resultado não influenciará a relação entre Planalto e Congresso. "O que tem a saída dele do ponto de vista da articulação política? Ele está afastado e não influi em nada na pauta do Congresso. Há quatro meses não fazemos interlocução com ele em relação à pauta da Câmara. Não muda nada. O governo continua dialogando com todos os deputados, como sempre", disse ao jornal O Globo. Questionado sobre a possibilidade de o centrão se desintegrar sem a presença de Cunha, o ministro reforçou que o governo se relaciona com os líderes dos partidos. "Nunca tratei com o centrão, um termo que foi inventado. Trato com os líderes partidários e políticos". Na opinião de outros auxiliares de Temer, a tendência é que se estabeleça uma maior tranquilidade na Câmara. "A ausência dele da Câmara já tem algum tempo e o ambiente, sem ele na presidência, desestressou. Desde que ele deixou a Casa, houve certa normalidade para o governo. Se o governo tivesse temor de alguma retaliação, estaria tomando alguma providência. Não toma nenhuma providência porque não tem nenhum temor", afirmou um interlocutor de Temer. (BN)
