O relator do processo no Conselho de Ética da Câmara que apura se o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) quebrou o decoro parlamentar, Odorico Monteiro (PROS-CE), votou nesta terça-feira (4) pela continuidade do processo. Os demais integrantes do conselho ainda precisam votar o parecer. Bolsonaro é alvo de uma representação movida por deputados do PV que o acusam de quebrar o decoro ao homenagear o coronel Brilhante Ustra em abril deste ano no plenário da Câmara, quando votava pela admissibilidade do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Reconhecido pela Justiça brasileira como torturador no período da ditadura militar (1964-1985), Ustra, que morreu aos 83 anos em 2015, foi apontado como algoz por dezenas de perseguidos políticos. O coronel reformado chefiou, durante o regime militar, o DOI-Codi, de 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974, e foram registradas, ao menos, 45 mortes e desaparecimentos forçados, conforme relatório da Comissão Nacional da Verdade. Na representação contra Bolsonaro, o PV diz que a referência de Bolsonaro a Ustra constitui uma "verdadeira apologia ao crime de tortura".
