Negar aborto em caso de zika pode ser tortura, dizem relatores

Quatro relatores especiais do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) afirmaram, em documento inédito, que negar o aborto legal a mulheres infectadas pelo vírus zika, e que desejam interromper a gravidez, pode ser uma forma de tortura. O parecer, que foi elaborado de forma independente da entidade, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com informações do jornal O Globo divulgadas nesta quarta-feira. “O sofrimento mental que mulheres e meninas podem enfrentar quando desejam interromper uma gravidez, incluindo o contexto do zika, mas não têm acesso legal ao serviço, pode ser grave e pode atingir o nível de tortura e/ou tratamento cruel, desumano ou degradante”, diz o parecer. Segundo os relatores, a situação é ainda pior para mulheres “particularmente vulneráveis, em função de sua idade, ‘status’ de deficiência, ou as circunstâncias de sua gravidez”. Com base em jurisprudência internacional, os relatores explicaram que a compreensão atual em relação à tortura prevê não apenas a violência para a punição ou para a obtenção de uma informação, mas também pode ocorrer baseada em gênero. Segundo o jornal, a manifestação deverá ser incluída na ação direta de inconstitucionalidade ajuizada em agosto pela Associação Nacional de Defensores Públicos,que pede o direito ao aborto para mulheres infectadas pelo vírus. Em fevereiro deste ano, a ONU afirmou que os países afetados pelo vírus deveriam permitir que as mulheres tivessem acesso a métodos contraceptivos e ao aborto. Ainda no mesmo mês, uma pesquisa de opinião do Datafolha mostrou que a maioria da população brasileira é contra a autorização do aborto para grávidas infectadas com zika. De acordo com o levantamento, para 58% da população, mulheres infectadas pelo vírus não deveriam ter a permissão para abortar. A maioria (51%) das pessoas também mantém a postura em casos de confirmação de microcefalia no feto. Apenas 32% dos 2.768 entrevistados defenderam o direito ao aborto nestes casos e 10% não opinaram. A rejeição ao aborto é maior entre mulheres: 61%, ante 46% dos homens. O zika, vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, foi considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde o motivo do surto no Brasil de microcefalia.

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