Os EUA vão ficar bem, diz Obama em última entrevista
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez sua última coletiva de imprensa nesta quarta-feira, dois dias antes de deixar o cargo. Longe de polêmicas, o democrata elogiou a imprensa, defendeu sua decisão de comutar a pena da ex-militar Chelsea Manning e se mostrou esperançoso sobre o futuro do país. “No fundo, acredito que vamos ficar bem”, afirmou.
Obama abriu a coletiva agradecendo o trabalho dos jornalistas e lembrou a importância da imprensa livre em um país democrático. “Vocês não devem ser bajuladores. Vocês devem ser céticos e fazer perguntas difíceis”, disse o presidente. “Ter vocês nesse prédio fez com que esse lugar funcionasse melhor”, comentou Obama, em indireta a possibilidade levantada por Trump de acabar com os centros de imprensa na Casa Branca.
Sobre o futuro após a presidência, o democrata relatou que “quer escrever, ficar quieto, não ouvir tanto a minha voz e passar um tempo com as minhas filhas”. Obama também garantiu que estará presente na posse de seu sucessor, Donald Trump, na próxima sexta-feira, junto com sua esposa, Michelle.
Questionado sobre sua decisão de comutar a pena da ex-militar Chelsea Manning, que vazou documento confidenciais ao site WikiLeaks, Obama disse estar “muito confortável de que a Justiça foi feita”, já que a militar foi julgada e cumpriu quase sete anos de pena.
Sobre as atitudes de Trump no governo, Obama disse que “muitas de suas visões vão ser influenciadas por assessores”, por isso, é importante prestar atenção nos nomes que farão parte de sua equipe. De acordo com o presidente, o principal conselho que deu a Trump é que “esse é um trabalho de grande magnitude que você não pode fazer sozinho”.
Rússia
O presidente afirmou que é importante para os Estados Unidos ter uma boa relação com a Rússia, mas afirmou que o contato retornou a um “espírito de confronto” quando Vladimir Putin voltou à Presidência. “Acho que é de interesse dos Estados Unidos e do mundo que tenhamos uma relação construtiva com a Rússia. Este tem sido o meu enfoque ao longo da minha Presidência”, disse. Segundo o presidente, porém, a atuação russa na Ucrânia e na Crimeia é o que leva às sanções americanas. “É importante que os Estados Unidos defendam o princípio de que grandes países não invadem e fazem bullying com países pequenos”, comentou.