Enquanto a Venezuela passa por uma grave crise política e econômica, inclusive com desabastecimento de remédios, 250 toneladas de medicamentos oferecidos pelo Brasil seguem estocados. De acordo com o ministro da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU), Torquato Jardim, os remédios ainda estão no Brasil porque o governo venezuelano não aceita uma condição imposta pelo governo brasileiro: de que a distribuição seja feita por meio da organização não governamental (ONG) Cáritas, ligada à Igreja Católica. "A Venezuela é situação triste. O Brasil tem prontas 250 toneladas de medicamentos para doar. Só que admite distribuição por intermédio a ONG Cáritas, que é vinculada ao Vaticano. E o governo da Venezuela só admite se for ele próprio", disse o ministro, acrescentando: Estão estocados no Brasil à espera de autorização presidente (Nicolás) Maduro (da Venezuela). O ministro chamou a imprensa nesta sexta-feira para uma entrevista coletiva sobre a reunião do Grupo de Trabalho Anticorrupção do G20, que reúne as maiores economias do mundo.O evento será realizada na próxima semana. Ao falar dos acordos de cooperação do Brasil com outros países, ele foi questionado se havia algum em curso com a Venezuela relacionado à Operação Lava-Jato. Torquato Jardim disse que não, mas passou a falar de outros problemas do país. A oferta de medicamentos foi feita em junho do ano passado, pelo então ministro das Relações Exteriores José Serra. (O Globo)
