Em entrevista ao site do jornal El País, divulgada na noite deste domingo (6), Ciro Gomes (PDT) falou sobre a investigação que envolve o ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL/RJ), Fabrício Queiroz. Segundo ele, Bolsonaro precisa esclarecer o depósito feito pelo ex-assessor do seu filho na conta de Michele Bolsonaro.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) investiga movimentações suspeitas na conta corrente de Fabrício Queiroz, ex-assessor de senador eleito Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o relatório do Coaf, foram identificados saques e depósitos bancários feitos na conta do motorista que superavam 1,2 milhão de reais no período de um ano, entre 2016 e 2017.
”É imperativo, especialmente para quem assentou na sua identidade o moralismo e que tem a presença simbólica do (Sérgio) Moro, um juiz exibicionista, chibata moral da nação. E tem coisas práticas: Bolsonaro, como deputado, já malversou verba do seu gabinete. O caso do Queiroz, agora, trata-se de uma notícia crime em potencial. É uma questão de moral e de decência esclarecer isso. Até porque esta foi a pedra angular da campanha que deu ao Bolsonaro o mandato como presidente. Se Bolsonaro emprestou dinheiro ao tal Queiroz, cadê o cheque? Que dia foi? Essa foi uma nova operação Uruguai como a do Collor? Foi antes ou depois do escândalo, para tentar cobrir o episódio? Se foi um empréstimo, de onde saiu o dinheiro do Bolsonaro para emprestar? São coisas concretas relativas ao presidente. Sérgio Moro está obrigado a esclarecer isso à nação brasileira. Eu quero dar um tempo. Não quero ser um trombeteiro que nem um petista raivoso, que é o tipo mais parecido com um bolsominion. Deixa o Bolsonaro tomar pé das coisas. Mas daqui a uns 100 dias, tenho toda uma plataforma por onde vou começar a cobrar. Porque foi este o papel que a nação deu a mim. O papel da oposição é estimular Bolsonaro ao jogo democrático, obrigá-lo a seguir a institucionalidade democrática”, disse Ciro.