Liderados por José Carlos da Silva, o popular Paraíba, um grupo de garimpeiros sócios da Cooperativa de Trabalho e Garimpeiros de Jacobina (CoopGarimpeiros), realizou na última terça-feira (12) uma assembleia geral extraordinária com base no estatuto social da entidade e, mais especificamente, no artigo que estabelece o chamado “Quinto”, que é quando 1/5 dos cooperados pode fazer a convocação para reunir todos os membros do quadro societário.
Os motivos para a convocação são as várias denúncias de irregularidades, segundo afirma Paraíba, que também é um dos fundadores e ex-presidente da cooperativa. Ele reclama que o atual presidente, João José da Silva, tem impedido a ele e a outros membros de terem acesso à sede da entidade, assim como vem praticando diversos atos ilícitos no exercício do cargo.
“No período de mandato em que assumiu, de pouco mais de dois anos, ele vem cometendo várias infrações estatutárias e não vem cumprindo as deliberações das assembleias. Então, temos muitas dúvidas e os cooperados estão necessitando de respostas imediatas”, denunciou.
José Carlos declarou que o atual presidente da CoopGarimpeiros foi devidamente convocado para participar da assembleia, mas não compareceu. Mesmo assim, as decisões tomadas pelo “Quinto” deverão ser cumpridas. Entre elas, estão o afastamento de João José da Silva da presidência e a concessão de 30 dias de prazo para que ele formule a sua defesa e dê as explicações que os cooperados exigem. “Caso ele não cumpra as deliberações tomadas pelo “Quinto”, pode ser ‘exonerado’ do cargo”, advertiu.

O garimpeiro Dejauan Reis, sócio da cooperativa, também faz críticas ao atual presidente. Ele considera que a atual diretoria é omissa quanto às suas obrigações e seus atos junto aos cooperados. Afirma que já procurou o presidente por várias vezes e não foi atendido, e que, inclusive, não tem sido convidado para as reuniões e nem assembleias.
“A cooperativa é uma empresa de capital privado que eu faço parte, sou um dos donos e ele deve, sim, não só a mim, mas a todos os cooperados, ciência de todos os atos à frente da cooperativa, pois os cooperados é que fazem a cooperativa existir. A cooperativa não é apenas uma pessoa, são 24 sócios. Ele só está presidente até o momento em que vencer o seu mandato”, explicou Dejauan.

Josafá Reis da Silva, que também é um dos fundadores da entidade, esteve presente à assembléia e questionou a forma como o atual presidente da CoopGarimpeiros trata as questões que são de interesse de toda a categoria. Ele também reclamou que está impedido de entrar na sede da cooperativa.
“Simplesmente por um atraso na prestação de contas da diretoria anterior se criou todo esse tumulto. O atual presidente proíbe a mim e os demais cooperados de terem acesso à cooperativa. Não dá satisfação a ninguém, trata a entidade como se fosse o único dono, não sei a mando de quem. É assim que o senhor João José da Silva Santos trata os cooperados”, reclamou.
José Carlos da Silva, o Paraíba, reforça que os vários delitos que vêm acontecendo já estão chamando a atenção não somente dos cooperados, mas da sociedade em geral.
“Eu não sei o que o senhor presidente está fazendo que não cobra o contrato com a empresa que arrendou área da cooperativa, não abre a sede no vale da Grotinha que está totalmente abandonada, dentre outras irregularidades que demonstram que ele não dá conta de administrar a nossa cooperativa”, disparou.
A reportagem do TR Agora procurou o atual presidente da CoopGarimpeiros para ouvir a sua versão sobre os fatos, mas ele não foi encontrado. O telefone disponibilizado como sendo da cooperativa, pertence a um escritório de contabilidade, onde não souberam informar o contado dele. O TR Agora deixam o espaço aberto para que, caso deseje, o acusado possa se defender.