Candidatos a deputados viraram apêndices nas disputas majoritárias

Foto: Montagem/ Bahia Notícias

Assistir ou ouvir ao horário eleitoral parece deixar dúvidas se existem candidatos ao Legislativo em 2022. A imensa maioria dos postulantes a vagas na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa da Bahia não possui uma identidade independente. Alguns são basicamente extensões dos candidatos ao governo, enquanto outros são apêndices dispensáveis no processo político. Tudo em prol da “causa maior”, que é eleger o líder do grupo - que oscila entre postulantes a governador ou a presidente da República.

O conceito de “time” é usado pelo PT há pelo menos 10 anos. Na campanha eleitoral de 2012, quando ACM Neto e Nelson Pelegrino disputavam a prefeitura de Salvador, foi quando esse conceito se consolidou como uma estratégia de campanha. Era o “time de Lula e Dilma” com o reforço de Jaques Wagner para garantir sustentação ao projeto de Pelegrino. Não logrou êxito, como se sabe, mas o laboratório foi bom ao ponto da fórmula ter sido usada repetidamente desde então. Na próxima semana, veremos se o resultado funcionou agora.

Em 2022, o mesmo “time de Lula”, agora sem Dilma Rousseff, aparece nas campanhas de Jerônimo Rodrigues (PT) e Otto Alencar (PSD), mas é intensificado na corrida pelas cadeiras de deputados federais e estaduais. Chega a ser irônico, inclusive, ouvir e ver a defesa de que é possível ajudar o presidente da República estando na Assembleia Legislativa. É uma amostra de como essa estratégia do time é um engodo que, analisada friamente, não passa de retórica.

Apesar de não usar o termo “time”, o lado de ACM Neto também usa e abusa dessa lógica de “ajudar” o governador a - veja só – governar. É meio óbvio, mas é como se a atividade legislativa ficasse em um plano completamente alheio daqueles que se propõem a compor a Câmara ou a Assembleia. Decerto, vemos a baixa produtividade de muitos parlamentares, mas na época da campanha se espera ao menos uma maquiagem sobre o real papel deles. Não acontece em qualquer um dos lados. E as propagandas proporcionais são partes continuadas das disputas majoritárias.

No caso de João Roma (PL), a “seleção de Bolsonaro” só muda o substantivo, mas o conceito é exatamente o mesmo. Talvez seja a lembrança de que ano de eleição geral é ano de Copa do Mundo, aí mistura com a apropriação feita pela camisa canarinho e o marketing está feito. Para além do nome - quando dá tempo -, o máximo que candidatos a deputado fazem é dizer que querem ajudar Roma e Bolsonaro - e não ocupar as obrigações que lhes competem caso sejam eleitos.

Enquanto isso, boa parte da população não sabe em quem votar para a Câmara e para a Assembleia e sequer tem recordação de quem mereceu esse voto quatro anos atrás. Apostando nessa memória curta e na baixa capacidade da população de cobrar dos eleitos, muitos políticos se perpetuam no poder e sem qualquer chance de serem retirados das zonas de conforto. Cada um tem o líder que merece, não é mesmo? Seja ele de um time, de uma seleção ou de lugar nenhum.

Fonte: Bahia Notícias

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