Artigo: Socorro e justiça

(crédito: Reprodução / URIHI - ASSOCIAÇÃO YANOMAMI)

Em apenas um ano — 2022 —, 99 crianças ianomâmis mortas, principalmente, por desnutrição, pneumonia e diarréia, ou seja, causas evitáveis. E o cenário é ainda mais devastador, segundo o site Sumaúma. Conforme o portal, nos últimos quatro anos, 570 meninos e meninas indígenas, com menos de 5 anos, perderam a vida por causa de doenças que têm tratamento. Crianças morrendo de fome e por falta de assistência médica! É uma tristeza impossível de traduzir em palavras. Uma vergonha para todos nós como nação.

Depois de anos de negligência, o socorro está em andamento na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. O governo federal mandou, de imediato, cestas básicas e suplementos alimentares para crianças. A Central Única das Favelas (Cufa) também tem enviado mantimentos. A ajuda chega, ainda, com doações de pessoas do país inteiro. Na área da saúde, o Executivo desembarcou medicamentos e instalou um hospital de campanha. Além disso, ao menos 47 crianças foram internadas em um hospital infantil de Boa Vista, devido a desnutrição, malária, diarreia aguda e pneumonia. Segundo o Conselho Distrital de Saúde Indígena, quase metade dos 30 mil ianomâmis do local está doente.

A corrida contra o relógio, neste momento, é para salvar vidas, claro. Mas, em paralelo, ocorrerá a investigação dessa tragédia. A Polícia Federal vai apurar crimes de omissão de socorro, genocídio, crimes ambientais e peculato. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, enfatizou, ao determinar a abertura de inquérito, que há fortes indícios de genocídio. "Assassinar as crianças é uma forma óbvia de conduzir o extermínio de um povo", argumentou.

Agentes públicos de vários níveis, do governo anterior, estarão sob o crivo das apurações. Dino aponta que o então presidente Jair Bolsonaro estimulou o garimpo ilegal que tomou conta do território indígena. Hoje, há 20 mil garimpeiros invasores na região. O resultado foi violência, contaminação da água dos rios e dos peixes por mercúrio, desaparecimento da caça. Aliados à falta de ações governamentais de saúde e de segurança alimentar, chega-se a esta gravíssima crise humanitária. Além de autoridades públicas, a investigação deve avançar para os envolvidos diretamente com o garimpo, de ponta a ponta.

E em meio ao choque que tomou conta do país, uma série de fake news e declarações de apoiadores do governo anterior tentam passar pano para a inércia do Estado ou minimizar a atrocidade cometida contra os ianomâmi. Não se sustentam ante as imagens de crianças e adultos em magreza extrema e em situação crítica de saúde. O mínimo que se espera é a punição rigorosa de todos os responsáveis por essa barbárie.

Fonte: Correio Braziliense

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