O trânsito de Conceição do Coité voltou a ser alvo de críticas da população durante a realização do Coité Folia, um dos principais eventos festivos do município. A já conhecida dificuldade de circulação nas vias centrais se agravou com a movimentação natural que antecede a festa. Para muitos moradores, a falta de organização e planejamento da gestão municipal tem sido um fator determinante para o caos registrado em momentos como esse.

A situação, que costuma ser desafiadora no cotidiano, torna-se crítica durante festas realizadas em vias públicas. Segundo relatos de agentes do Departamento de Orientação e Fiscalização de Trânsito (DEOTRAN), órgão responsável pelo controle viário da cidade, a equipe técnica não tem sido incluída nos processos de planejamento das festas, sendo acionada apenas quando os problemas já estão instaurados.
“Em nenhum momento a gente foi convidado a participar de reuniões para tratar da Coité Folia, mas quando a m**** tá feita, a gente é solicitado”, desabafou um dos agentes, que preferiu não se identificar, durante entrevista ao portal Calila Notícias. O profissional acompanhava a remoção de torres de iluminação do canteiro central para permitir a passagem do trio elétrico, em um momento já considerado crítico para o tráfego.

A falta de integração entre a comissão organizadora da festa e o DEOTRAN tem dificultado medidas preventivas que poderiam minimizar os impactos no trânsito local. Na manhã desta quarta-feira, por exemplo, um espaço foi reservado para o estacionamento dos trios, mas a ausência de orientação adequada gerou tumulto e confusão. “A gente chegou, viu e identificou o problema e foi tudo resolvido”, relatou outro agente.
No período da tarde, os profissionais do trânsito foram surpreendidos novamente. Foram convocados para orientar os motoristas sobre o bloqueio de vias em áreas que estavam passando por obras de infraestrutura, mas afirmaram não terem sido informados previamente sobre a interdição. “Chegamos ao local que tinham bloqueado sem saber. Afinal, qual a nossa função, enquanto agentes de trânsito, do órgão maior que opera na cidade?”, questionou o servidor.
As falas refletem uma insatisfação que já ecoa entre a população, especialmente em datas festivas, quando o tráfego se torna um desafio tanto para condutores quanto para pedestres. Especialistas em mobilidade urbana apontam que a participação ativa dos órgãos de trânsito na fase de planejamento de grandes eventos é essencial para garantir segurança, fluidez e organização viária.
Diante dos relatos e do impacto na mobilidade urbana, cresce a expectativa de que a gestão municipal reveja os protocolos de organização para futuros eventos, buscando uma atuação integrada com o DEOTRAN e demais setores envolvidos na logística da cidade. Enquanto isso, motoristas e pedestres continuam enfrentando os reflexos da desarticulação nas ruas de Conceição do Coité.