Três policiais militares e um guarda civil municipal foram presos no Amazonas sob suspeita de estuprar e torturar uma mulher indígena kokama enquanto ela estava presa com o filho recém-nascido na delegacia de Santo Antônio do Içá. Os crimes teriam ocorrido entre novembro de 2022 e agosto de 2023. A vítima, de 29 anos, dividia cela com homens em um espaço improvisado.
Segundo o Ministério Público, os abusos foram recorrentes, praticados inclusive de forma coletiva, e incluíam tortura, humilhação e intimidação. Dois outros policiais ainda devem se apresentar à Justiça. Após a transferência da indígena para uma unidade prisional feminina em Manaus, a família dela teria recebido ameaças para silenciar a vítima.
As prisões foram realizadas em Manaus, Tabatinga e Santo Antônio do Içá, após pedido do Ministério Público. Além do processo criminal, os acusados respondem a um procedimento administrativo que pode resultar na expulsão da corporação. A Polícia Militar está concluindo a investigação interna.
A mulher foi presa em 2022, condenada a mais de 16 anos de prisão por envolvimento na morte de uma adolescente. A Defensoria Pública, que presta atendimento à vítima, apontou falhas no processo, como ausência de audiência de custódia. A Funai e o Ministério da Mulher acompanham o caso e pediram o afastamento dos envolvidos e proteção à vítima.
Fonte: O Dia