Investigação da Voepass compara 15 mil voos e refaz trajeto do avião que caiu

O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão ligado à Força Aérea Brasileira, analisou dados de 15 mil voos da Voepass durante apuração sobre o acidente com aeronave da companhia em Vinhedo (SP), que completa um ano neste sábado (9). A queda do ATR 72-500 matou as 62 pessoas a bordo.

O objetivo é identificar “padrões operacionais, condutas em condições semelhantes de formação de gelo e possíveis desvios”, segundo o Cenipa.

A investigação não tem data para ser encerrada e está na fase de análise dos dados já levantados. O Cenipa também refez o trajeto da aeronave em um voo experimental para verificar as características aerodinâmicas relacionadas ao stall, que é um momento de perda de sustentação.

A investigação é acompanhada por uma comissão composta por pilotos, mecânicos, médicos, psicólogos e engenheiros. Eles avaliam os fatores operacionais, humanos e materiais envolvidos no acidente.

O centro de investigação afirma que as próximas etapas da apuração incluem as conclusões das análises técnicas e dos dados obtidos na apuração, além do envio da minuta do relatório final do caso a órgãos da França e do Canadá que acompanham o caso.

“Devido à complexidade técnica e multidimensional do evento, a conclusão da investigação exige rigor analítico aprofundado”, afirma ainda nota do órgão.

A Voepass diz que mobilizou toda a sua estrutura para garantir apoio às famílias. “Temos atuado de forma transparente junto às autoridades públicas e seguimos fortemente dedicados a resolução das questões indenizatórias o quanto antes, neste aspecto com estágio bastante avançado das indenizações restantes”, afirma a companhia.

A aeronave de modelo ATR 72-500, operada pela empresa Voepass, antiga Passaredo, decolou às 11h58 com 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo. O voo seguia de Cascavel (PR) para Guarulhos (Grande São Paulo).

Segundo o Cenipa, a aeronave realizou uma curva à direita momentos antes da perda de controle, às 13h21, entrando em uma condição chamada stall e perdeu a sustentação em voo. “Como resultado, os pilotos perderam o controle da aeronave, que entrou em atitude anormal de voo, descrevendo giros em torno do seu eixo (parafuso chato), culminando em sua colisão com o solo em uma área residencial do município de Vinhedo (SP)”, diz o centro de investigação.

O desastre é o mais letal do Brasil desde 2007, quando um acidente com o voo 3504 da TAM nos arredores do aeroporto de Congonhas deixou 199 mortos, e um dos dez piores já registrados no Brasil.

Em relatório preliminar apresentado em setembro, o Cenipa apontou que o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva disse que havia “bastante gelo” um minuto antes da queda do avião da Voepass. O avião caiu em parafuso chato —movimento em que a aeronave gira em torno de seu próprio eixo.

O Cenipa investiga as possíveis causas do acidente para emitir recomendações que busquem impedir novos desastres como o que ocorreu com a Voepass. A apuração da Força Aérea não aponta culpados nem tem objetivo de responsabilizar pessoas ou empresas.

Em nota, a companhia aérea afirma que confia no trabalho do Cenipa e que a investigação é um processo complexo. “Cabe lembrar que o relatório preliminar divulgado pelo órgão em setembro de 2024 confirmou que a aeronave do voo 2283 estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido, e com todos os sistemas requeridos em funcionamento”, diz a Voepass.

Em junho, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) decidiu cassar o COA (Certificado de Operador Aéreo) da Voepass e impedir a empresa de voar comercialmente. O órgão regulador já havia suspendido cautelarmente os voos da empresa em março, após verificar que uma série de falhas e problemas identificados em aviões da empresa durante inspeções não foram corrigidos.

Em nota, a Anac afirma que acompanha os desdobramentos do trabalho do Cenipa e que adotou uma série de medidas para avaliar a companhia após o acidente. “Além das fiscalizações e monitoramento de rotina, a Agência iniciou, em agosto de 2024, a operação assistida na Voepass, um acompanhamento intensificado na rotina operacional da empresa, atuando imediatamente sobre as falhas identificadas, de maneira a prevenir degradação de segurança abaixo dos níveis mínimos aceitáveis.”

Fonte: Folhapress

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