Irregularidade em cartório: Família luta por terra contra Parque Eólico em Canudos

Uma complexa batalha judicial e administrativa está em curso na Bahia, colocando uma família contra grandes empresas de energia eólica. O cerne da disputa, que envolve o Cartório de Registro de Imóveis de Canudos e o Tabelionato de Notas de Monte Santo, é a posse de uma vasta área de terra onde já se iniciou a construção de um parque eólico.

O caso foi iniciado pela família de Deocleciano Tenório Oliveira, que, por meio de sua inventariante e herdeiros, entrou com um pedido de providências contra os cartórios. Eles alegam que são os legítimos donos de uma propriedade rural, mas que, ao tentar exercer seu direito, encontraram a terra já ocupada por terceiros e empresas, incluindo a Voltalial Energia do Brasil Ltda. e outras duas subsidiárias de energia eólica.

Segundo a família, as empresas e os indivíduos que ocuparam a área basearam sua posse em registros cartorários que seriam fraudulentos. A denúncia aponta para uma série de possíveis inconsistências, incluindo a validade de uma procuração de 1980 e sobreposição de áreas no georreferenciamento feito pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A família pede uma investigação completa, com inspeções nos cartórios e o bloqueio das matrículas imobiliárias suspeitas.

Paralelamente, já tramita uma Ação Reivindicatória na Vara Cível de Uauá, onde o juiz corregedor permanente ressaltou a conexão entre os dois processos. Ele afirmou que o resultado de um pode influenciar diretamente o outro, especialmente na apuração sobre a legalidade dos títulos de posse. Embora o juiz tenha negado, inicialmente, um pedido para desocupação da área, ele destacou que a presunção de veracidade dos registros públicos pode ser derrubada se a fraude for provada de forma “clara, robusta e inequívoca”.

O juiz assessor da Corregedoria das Comarcas do Interior do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), Valnei Mota Alves de Souza, determinou que a família seja notificada para ter ciência das informações já prestadas pelos cartórios e pelo Incra, e que possa se manifestar sobre elas. O andamento do processo vai definir se houve um esquema de fraude para transferir ilegalmente a propriedade, um desfecho que pode ter grandes implicações para a segurança jurídica de registros de terras em toda a região.

Fonte: Bnews

Atenção: os artigos deste portal não são de nossa autoria e responsabilidade.
Nós não produzimos e nem escrevemos esse artigo qual você esta lendo.

Entenda: nosso site utiliza uma tecnologia de indexação, assim como o 'Google News', incorporando de forma automática as notícias de Jacobina e Região.
Nossa proposta é preservar a história de Jacobina através da preservação dos artigos/relatos/histórias produzidas na internet. Também utilizamos a nossa plataforma para combater a desinformação nas redes (FakeNews).

Confira a postagem original deste artigo em: https://www.jacobinanoticia.com.br/

Em conformidade com às disposições da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018) e às demais normas vigentes aplicáveis, respeitando os princípios legais, nosso site não armazena dados pessoais, somente utilizamos cookies para fornecer uma melhor experiência de navegação.