O governo federal aumentou em mais de R$ 116 milhões a verba destinada à área de comunicação institucional, elevando o orçamento da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) para aproximadamente R$ 876 milhões em 2025 — acima dos cerca de R$ 600 milhões utilizados em 2024 e o maior valor desde 2017.
Segundo reportagem da Política Livre, o percentual elevado vai na contramão de cortes que atingem outras áreas do setor público: por exemplo, a Polícia Federal busca R$ 97,5 milhões para serviços de emissão de passaportes, e o Ministério da Educação aponta falta de recursos para aquisição completa de materiais didáticos.
A rubrica de “comunicação institucional” está voltada para campanhas publicitárias do governo federal, contratação de assessorias de imprensa, pesquisa de opinião, produção de vídeos e uso de influenciadores – itens que ganharam destaque na gestão do publicitário Sidônio Palmeira, nomeado à frente da Secom em janeiro deste ano.
Entre os destaques de gasto estão cerca de R$ 562 milhões só com publicidade da Secom — executada por quatro agências —, com R$ 85 milhões alocados para a campanha “Brasil soberano” e cerca de R$ 30 milhões para a promoção do programa “Gás do Povo”.
Ainda de acordo com o levantamento, o governo prepara um novo contrato digital de comunicação no valor de mais de R$ 100 milhões anuais, com previsão de produção de cerca de 3.000 vídeos por ano, incluindo 576 vídeos com apresentador, estimados em R$ 21,4 mil cada, totalizando R$ 12,3 milhões apenas para esse segmento.
Em nota, a Secom defendeu que a legislação permite ações de comunicação para promover políticas públicas e direitos, e afirmou que parte do orçamento da pasta havia sido bloqueada, o que impediu alterações mais expressivas no montante global.
Esta movimentação ocorre à medida que o presidente Lula já sinalizou sua candidatura à reeleição nas eleições de 2026, reforçando o caráter estratégico do investimento em comunicação para o governo.
Informe Jacobina / Com informações de Política Livre