Em 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem Fundão, operada pela Samarco no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), liberou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos minerais. Agência Cidades O desastre matou 19 pessoas, deixou mais de 600 desabrigadas e arrasou diversos distritos como Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo, Paracatu de Cima, Pedras, Águas Claras e Campinas. Agência Cidades
Apesar dos esforços de reassentamento — como o novo empreendimento em Novo Bento Rodrigues, 13 quilômetros da antiga comunidade — moradores relatam que a reconstrução permanece incompleta. “É como se estivesse tudo acontecendo agora”, relata a líder comunitária Mônica Santos, que vive no reassentamento e enfrenta problemas em seu novo lar. Agência Cidades Ela informa que algumas famílias ainda estão desabrigadas ou aguardando suas moradias, e que o imóvel entregue ainda não está oficialmente registrado em seus nomes. Agência Cidades
Para ativistas como Márcio Zonta, da Movimento pela Soberania Popular na Mineração, o caso evidencia um padrão preocupante: a mineração avançar sem diálogo real com as comunidades afetadas e com reparos que não contemplam o sofrimento humano de forma adequada.
Sobre compensações, a Samarco afirma ter destinado R$ 68,4 bilhões desde 2015 para ações de reparação e compensação. Deste total, R$ 32,1 bilhões foram pagos em 735 mil acordos de indenização individual. Mesmo assim, o relato local aponta que “muito além dos números” permanece por fazer — moradias pendentes, registro em nome dos moradores, responsabilização dos envolvidos.
Além do desastre humano e ambiental, o episódio reacende alertas: o Brasil contém 916 barragens, sendo 74 delas em situação de maior risco de colapso e 91 em alerta.
Reconhecendo que se passou uma década, as vozes das comunidades atingidas clamam por justiça que vá além das cifras — por moradia digna, por vidas reconstruídas, por memória preservada e por responsabilização efetiva.
Informe Jacobina / Com informações de “Agência Cidades”