Por João Batista Ferreira 

Em entrevista concedida nesta terça-feira (25) à Rádio Jaraguá FM, diretamente de seu gabinete em Brasília, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) confirmou que será candidato à reeleição em 2026 e afirmou que sua decisão é “imexível e irremovível”. Coronel recebeu o repórter Nilton Moreira e um grupo de vereadores baianos que participam do Congresso UVB – 61 anos de Gestores e Legislativos Municipais.

Ao longo da conversa, o senador falou sobre o cenário político da Bahia, comentou sua relação com o governo estadual, destacou sua independência dentro do PSD e abordou temas relevantes de sua atuação no Senado, como a votação da aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde.

Candidatura consolidada
Coronel foi categórico ao afirmar que concorrerá novamente ao Senado no próximo ano. O parlamentar ressaltou que não teme disputas internas ou externas e defendeu que mais partidos lancem candidatos próprios.
“Tenho direito constitucional de ser candidato. Por mim, a eleição poderia ter dez, vinte candidatos. Quem tem medo de concorrente não deve disputar eleição”, declarou. O senador destacou ainda que a composição de chapas para 2026 será discutida “no tempo adequado” e disse não se preocupar com o número de vagas disponíveis.
Relação com o governo e possibilidade de rompimento
Questionado sobre a aliança do PSD com o governo da Bahia, Coronel afirmou que espera que o partido seja respeitado na formação política e que seus espaços sejam preservados. Ele não descartou a possibilidade de rompimento caso o partido seja marginalizado.
“Não se fica onde não se é querido. Se os espaços não forem preservados, não há por que andar de braços dados”, afirmou. Apesar disso, avaliou ser “cedo” para tratar de uma eventual ruptura e defendeu que as negociações seguirão.
Relação com Otto Alencar e liderança de Kassab
Ao comentar sobre o senador Otto Alencar, seu correligionário e liderança do PSD na Bahia, Coronel evitou controvérsias e reafirmou sua postura independente.
“Estou no meu décimo mandato e nunca fui monitorado. Não era quando jovem, imagine agora com 67 anos. Aceito conselhos, mas não imposições”, disse.
O senador elogiou o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, chamado por ele de “águia da política brasileira”. Segundo Coronel, Kassab foi responsável por transformar o PSD “no maior partido do país”, com mais de 1.300 prefeitos e forte presença na Bahia.
Agenda municipalista e ações no Senado
Coronel, que se apresenta como defensor do municipalismo, destacou políticas destinadas a aliviar as finanças das prefeituras, como a desoneração da folha de pagamento. Ele afirmou lutar para que a contribuição previdenciária municipal caia de 12% para 8%, por meio de uma PEC de sua autoria.
O senador também comentou a aprovação da aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, estabelecendo a idade mínima de 52 anos. Ele defendeu a medida e anunciou outra iniciativa de sua autoria que prevê isenção de impostos para compra de carros populares e motocicletas por esses profissionais.
“É uma categoria que cuida de gente e merece tratamento diferenciado. A aprovação é questão de justiça”, disse.
Encontro com vereadores
Durante a entrevista, o senador elogiou o trabalho dos vereadores, a quem chamou de “vaqueiros do voto”. Segundo ele, o fortalecimento do legislativo municipal é essencial para consolidar a democracia e garantir a interlocução com a população.
Coronel recebeu representantes de Várzea Nova e de outras cidades baianas, reforçando seu compromisso com o interior. “Sempre liberei e continuarei liberando emendas para todos os municípios, inclusive aqueles que não votaram em mim. Quem não votou no passado pode votar no presente e no futuro”, concluiu.

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