Estudantes do Campus XIV (Coité) vindos de outros estados lamentam o longo período de greve

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A greve da Universidade do Estado da Bahia – UNEB completa nesta quinta-feira, 06, 83 dias, de lá para cá, várias reuniões entre Governo e grevistas e nunca chegaram a nenhum acordo. Numa greve de modo geral, os mais prejudicados são os alunos, e o Calila Noticias em contato com alguns deles, moradores de outros estados e também de distantes cidades baianas, que optaram por cursar Comunicação Social – Rádio e TV no Campus XIV, em Conceição do Coité – BA, relataram a frustração por terem feito tanto esforço ao deixarem suas cidades e logo no inicio do curso deparam com a greve.

O mineiro Guilherme não tem o que reclamar de trabalho, mas seu maior objetivo é o diploma.

O mineiro Guilherme não tem o que reclamar de trabalho, mas seu maior objetivo é o diploma.

O estudante Guilherme Afonso da Costa Nogueira, de 23 anos, natural da cidade de Caxambu, Sul de Minas Gerais, distante 1.755 km  de Conceição do Coité, é um dos estudantes que deixou o terceiro semestre do Curso de Direito em seu estado com destino a Coité, em busca do diploma em Comunicação Social. Segundo ele, não tinha a mínima noção onde ficava Coité, mas queria realizar o sonho e chegou a cidade em 21 de fevereiro deste ano (2015).

“Vim com o intuito de obter o diploma, haja visto que eu já trabalhava no seguimento (rádio e TV) profissionalmente a mais de oito anos, e cheguei a Coité um mês antes das aulas iniciarem, para o prazo das inscrições, aqui fixei residencia, e posso dizer que cheguei com a ‘cara e a coragem’, porque nunca tinha vindo a Bahia, nunca tive amigos e parentes aqui”, revelou o estudante.

Mas o longo período em greve tem frustrado Guilherme, apesar de ter se adaptado a cidade, pois já se firmou como locutor de porta de loja, gravação de Spot, em PVD, música ao vivo e cerimonial. ” Algumas pessoas me questionam como me sinto em Conceição do Coité, respondo que estou gostando da cidade, tem um comercio muito amplo, mas eu não vim com o intuito de apenas trabalhar, e sim, estudar, e essa expectativa está sendo frustrada, faltam menos de dez dias para entrarmos no período de três meses parados, dos seis meses que estou aqui em Coité, tive pouco mais de um mês de aula. Tenho o que fazer profissionalmente, sou muito feliz por isso, mas não vim aqui para trabalhar, pois se fosse para essa finalidade teria ficado em minha região onde sou conhecido”. Finalizou.

Guilherme disse ao CN que seu plano é ficar durante os quatro anos de curso, mas com essa greve e sabendo que no Brasil já são quase 70 universidades estaduais e federais  paralisadas e que não terão segundo semestre, então planeja ficar até o fim do ano para cumprir agenda profissional.

Pernambucana conta o prejuízo de estar pagando o pensionato sem fazer uso.

Pernambucana conta o prejuízo de estar pagando o pensionato sem fazer uso.

Um outro caso, é relacionado a Camila Mirelle Ferraz de Lino, de 21 anos, natural de Petrolina, cidade localizada no interior de Pernambuco, que veio para a cidade exclusivamente para estudar.

Aprovada também em em Comunicação Social- Rádio e TV pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB), a pernambucana contou a redação do CN que ficou surpresa ao buscar informações sobre o endereço da faculdade (UNEB) com pessoas que encontrava na rua e não tinha respostas. “Algumas pessoas desconhecia a existência da universidade aqui”, falou com espanto a estudante.

Uma das dificuldades citadas pela estudante, é o pai ter que pagar o aluguel do pensionato em que reside, sem ela estar usufruindo. Mas que não há opções, já que pretende guardar a vaga.

Diante da greve, Camila disse que retornou a Petrolina distante 400 km de Coité e está aguardando o fim da paralisação. A opção por Coité foi por ser o campus mais próximo de sua cidade.

Adson está na Costa do Descobrimento aguardando o fim da greve.

Adson está na Costa do Descobrimento aguardando o fim da greve.

Adson Rodrigues Ferreira, 18 anos, é natural de Guaratinga, município do extremo sul do estado da Bahia, distante 723 km de Coité,  também é estudante de Comunicação no Campus XIV e relata as dificuldades sofridas. ” Eu cheguei e não conhecia a cidade e ninguém daqui, foi complicado para achar residência. Fui obrigado a parar pessoas na rua e perguntar se tinham conhecimento de uma casa para alugar. Elas me olhavam e não entendia direito o porquê do meu questionamento”, disse.

O estudante se queixa da greve e relata o quanto a mesma desmotiva os estudantes que saem das suas cidades para estudar e logo no primeiro semestre enfrentam uma greve de 83 dias.  Atualmente em Guaratinga, Adson também continua pagando apartamento para garantir sua residência na cidade quando as aulas retornarem.

A vocação pelo rádio faz José Lucas deixar bons cursos em sua cidade para aventurar o diploma em Coité.

A vocação pelo rádio faz José Lucas deixar bons cursos em sua cidade para aventurar o diploma em Coité.

José Lucas Santana Santos, 22 anos,  deixou Paripiranga divisa Bahia – Sergipe onde há uma grande Universidade, para cursar Comunicação Social, ele disse ao CN que apesar de estar pouco tempo em Conceição do Coité, pode descrever várias dificuldades, “chegar de malas prontas em uma cidade que você não conhecia e nem ao menos ouviu falar não é fácil, é preciso um tempo para adaptar-se, colegas que passam a fazer parte do seu cotidiano pouco a pouco mostram a cidade, mas o que fazer quando se deparar com a necessidade de ir a um banco que você ainda não sabe onde fica por exemplo e naquele momento não ter ninguém que possa te ajudar? Sentir-se longe da família, de casa é também um impasse, mas que intensifica somente alguns dias ou semanas após a mudança, entretanto dentre as dificuldades que encontrei a maior delas com certeza é no sentido financeiro, e acredito que a grande maioria, (sobretudo dos jovens que buscam vagas em Universidades públicas) passam pelo mesmo contratempo”, contou.

O estudante ressalta que escolheu Coité por ser a mais próxima em relação a sua cidade que possui Universidade com o Curso de Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV, outros quesitos não influenciaram, no entanto na medida que conhece Conceição do Coité, percebe que a mesma possui atrativos e qualidades que favorecem e fazem valer a pena a sua estadia por aqui.

Greve –  Para Lucas, todo esse tempo sem aula é prejudicial porque causa um impacto de forma direta no processo de ensino, além de atrasar e muito o cronograma que antes havia sido previsto, “mas encaro como positiva levando em conta todas as vitórias que a categoria traz para a Universidade e reconheço que em determinados momentos pressionar e cobrar se faz necessário”, finalizou.

Houve uma assembleia na última segunda-feira, e os professores resolveram manter a greve.Segundo a Aduneb (Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia), a greve na Uneb será encerrada após assinatura da Minuta de Acordo discutida com o governo na mesa de negociação.

Redação CN – Fotos arquivos pessoais

 

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