Coité I – ACM Neto “lança candidatura” de Suzi Ramaldi a deputada e reacende debate sobre futuro de Luciano Araújo

A abertura oficial do Natal Luz Coité, realizada na noite de sexta-feira (14), ganhou contornos políticos que extrapolaram a celebração. Durante seu discurso, o ex-prefeito de Salvador, vice-presidente nacional do União Brasil e pré-candidato ao Governo da Bahia, ACM Neto, criou um ambiente de desconforto no grupo do prefeito Marcelo Araújo (União Brasil) ao fazer referência direta à primeira-dama do município, Suzi Ramaldes, de uma forma que foi interpretada como um aceno eleitoral — e um recado público ao deputado estadual Luciano Araújo (Solidariedade).

Ao cumprimentar as autoridades presentes, Neto tratou Suzi como “vice-prefeita”, gerando estranheza e reações imediatas no público. Ao corrigir o erro, ele inflamou ainda mais as especulações: “É que, na verdade, a gente sabe que Suzi tem uma baita vocação para a política, tá aí o carinho do povo de Coité. E quem sabe… quem sabe… talvez tenha sido isso que a minha inconsciência fez chamar de vice-prefeita, mas o cargo é outro. Quem sabe eu não venha aqui para chamá-la de minha deputada Suzi?”, disse, em tom vibrante, o pré-candidato.

A fala caiu como uma bomba no núcleo político do prefeito Marcelo Araújo e acendeu questionamentos sobre os rumos da aliança com Luciano Araújo, que não esteve presente no evento. Para aliados, ficou a dúvida: teria sido apenas uma tentativa de corrigir uma gafe ou Neto expôs publicamente uma articulação previamente conversada com o prefeito?

Luciano Araújo disse que o prefeito é homem de palavra que disse que apoiaria para um novo mandato

Impacto direto na campanha de 2026

Caso a hipótese de uma candidatura de Suzi Ramaldes à Assembleia Legislativa se confirme, o maior prejudicado seria Luciano Araújo, que depende fortemente dos votos de Conceição do Coité — sua principal base eleitoral.

Nas eleições de 2022, Luciano contou com o apoio de Marcelo Araújo após, segundo bastidores, ter o aval do próprio ACM Neto, garantindo ampla votação no município, onde obteve quase 40% dos votos. Ou seja, dos 28.412 votos, 10.851 foram nas urnas coiteenses. Contudo, após assumir o mandato, Luciano aderiu à base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), movimento feito de forma cautelosa, mantendo o diálogo com Marcelo e destinando emendas que garantiram obras e benefícios para Coité. Nos discursos, o deputado nunca deixou de expressar gratidão ao grupo do prefeito.

Foto: Raimundo Mascarenhas

Na semana anterior ao evento do Natal Luz, Luciano esteve em Coité para a inauguração do Centro Administrativo Hamilton Rios de Araújo, reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento do município. No dia seguinte, também compôs o palanque do governador Jerônimo durante agenda oficial na cidade, acompanhado do vice-prefeito Marquinhos de Renato (Solidariedade), do ex-prefeito Renato Souza e do vereador Lindo de Neusa, o mais votado do partido.

Luciano reage: “Ele faz gestos de espantar”

Depois da repercussão das declarações de Neto, Luciano Araújo disse ao site Política Livre que a possível candidatura de Suzi não é novidade: “Conversa tem mais de seis meses. E o prefeito já tinha me dito que não, que tinha palavra e que ele ia continuar com a gente. Acredito no prefeito. Ele é um cara de palavra. O prefeito não faria nada disso sem antes conversar comigo.”

Em seguida, deixou um recado direto para ACM Neto, destacando diferenças entre o estilo político do ex-prefeito de Salvador e o de Jerônimo Rodrigues: “Enquanto Jerônimo faz gesto de agregar, de carinho, ele faz gesto de espantar. Fez isso comigo, com os deputados Marcinho Oliveira e Pancadinha. Faz gestos de perseguição. Tem genética.”, Afirmou o deputado.

Bastidores: racha cresce desde 2022

Em Salvador, o Solidariedade — presidido no Estado por de Luciano Araújo — foi alvo de uma articulação atribuída ao grupo de Bruno Reis, que impediu a eleição de vereadores da sigla nas eleições de 2024. Agora, rumores apontam que ACM Neto trabalha para “asfixiar” o partido também em 2026, em reação ao que considera uma ruptura de Luciano após as eleições estaduais.

A situação se torna ainda mais sensível porque o Solidariedade firmou uma federação com o PRD, presidido na Bahia pelo deputado Marcinho Oliveira, outro ex-aliado que rompeu com o grupo oposicionista.

Conclusão

O comentário de ACM Neto sobre Suzi Ramaldes abriu um flanco de dúvidas sobre o futuro das alianças locais e estaduais, colocou o grupo do prefeito Marcelo em uma saia-justa e deixou no ar uma pergunta que promete movimentar os bastidores: foi apenas um deslize retórico ou um recado calculado para 2026?

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