Produtores de bovinos, aves e suínos serão os mais beneficiados pelos resultados da safra recorde de milho e soja, conforme apontado pelo panorama da safra 2025/2026, feito pelo Itaú BBA.
De acordo com informações do portal Brazil Journal, a produção de soja deve contar com aumento de 2,3% e atingir a marca de 174 milhões de toneladas no próximo ciclo, sendo a maior já alcançada no país, visto que a área plantada também está crescendo. O milho, por sua vez, teve crescimento de 50% nos últimos anos, com projeção de 130,4 milhões de toneladas para a nova safra.
No entanto, os custos de produção devem sofrer impacto e, segundo o banco Itaú, “devem subir aproximadamente 20%, sendo este o item com maior influência na elevação do custo operacional, para o qual projetamos aumento em torno de 8% sobre a safra passada”.
As tensões no Oriente Médio estão entre os fatores que mais influenciaram nesta alta, com aumento de 20% no potássio e fósforo nos últimos 12 meses. O cenário da soja, por exemplo, apresentou piora. “Em outras palavras, cada tonelada de soja compra hoje menos insumo do que na média histórica, o que ajuda a pressionar as margens,” explica o analista Francisco Queiroz, na reportagem.
Já em relação ao milho, os fertilizantes devem conter aumento médio de 25%, ou seja, 8,5% a mais do que na safra anterior, visto que apenas 30% do insumo já foi comprado. No geral, a margem do percentual de milho deve cair de 27% para 21%, enquanto o de soja deve passar de 41% na safra anterior para 34% em 2025/2026.
As proteínas animais enfrentarão o cenário mais promissor: “A combinação entre ração mais barata, aumento nos confinamentos e forte exportação dá suporte aos preços. Nos setores de aves e suínos, a perspectiva também é favorável, com custos de ração sob controle, preços relativamente elevados das carnes sustentando boas margens históricas e uma demanda global aquecida,” disse o analista César de Castro Alves, do Itaú BBA, ao Brazil Journal.
“No Brasil, cada vez mais animais que seriam eviados ao pasto estão sendo direcionados para o confinamento. No pasto, demora 12 meses para transformar um boi magro em gordo. No confinamento são três meses”, continuou Alves.
BNews