O empresário René Nogueira Júnior, preso por matar o gari Laudemir Fernandes em Belo Horizonte (MG), escreveu uma carta de próprio punho abordando sua defesa técnica no processo, após aparentemente ter trocado de advogado duas vezes. O suspeito voltou atrás na destituição do advogado Dracon Cavalcante, horas antes de confessar às autoridades que disparou contra Laudemir.
“O que aconteceu foi um acidente com a vítima e me sinto bem representado, tanto pelo Dr. Dracon quanto pelo Dr. Bruno Rodrigues. Tenho certeza de que resolveremos esse mal-entendido”, afirmou o acusado. A carta foi enviada depois de uma confusão nesta segunda-feira (25), quando uma procuração em favor do advogado Bruno Silva Rodrigues chegou à Justiça.
O advogado Cavalcante se dirigiu ao presídio para esclarecer a situação com o cliente. Foi então que René, a pedido do defensor, escreveu a carta manifestando a intenção de manter a representação conjunta. Ele afirmou acreditar no trabalho de Cavalcante, segundo informações da defesa ao Globo.
Ao jornal, Dracon Cavalcante explicou: “Houve um mal-entendido. O advogado do Rio apresentou uma procuração com ele e também uma revogação em meu nome, me retirando do caso. Mas René disse que assinou a procuração, mas não a revogação. Então, já juntei a carta ao processo, para atender ao pedido do René, que é trabalhar com ambos os advogados. Vamos avaliar essa possibilidade.”
Em uma perícia realizada na última sexta-feira (22), foi confirmada que a arma usada no crime pertencia à delegada Ana Paula Balbino Nogueira, mulher de René. Ela afirmou em depoimento que não sabia que o marido utilizava sua pistola.
A Corregedoria da Polícia Civil abriu um procedimento disciplinar e um inquérito para apurar a conduta de Ana Paula. Ela não foi afastada do cargo, diante da ausência de indícios de participação no crime. René Nogueira Júnior pode responder pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça.
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