Boa parte dos cerca de 1,5 mil trabalhadores que integram atualmente o quadro da BYD em Camaçari foi barrada da festa de inauguração oficial da fábrica com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (dia 09).
Segundo Júlio Bonfim, representante do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, cerca de 300 funcionários foram convidados para a festa, enquanto o restante do efetivo recebeu folga. Após a repercussão negativa, a empresa teria permitido aos interessados irem à fábrica, desde que fiquem de fora dos festejos, segundo Bonfim, que faz uma inevitável comparação com a inauguração da GWM, em São Paulo, que também contou com a presença de Lula, e com os festejos realizados pela Ford onde agora a BYD está.
“O trabalhador faz parte das conquistas da empresa, negar a ele o direito de comemorar é um ato de exclusão”, lamenta Bonfim. Procurada pela reportagem por volta das 17h30 desta quarta, a BYD não se posicionou até o fechamento desta edição.
Relação marcada por polêmicas
A relação entre a BYD e os trabalhadores tem sido marcada por algumas polêmicas. Na fase inicial das obras, a empresa chegou a ser investigada pelo Ministério Público do Trabalho por supostamente submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão em Camaçari.
Houve também reclamações de que trabalhadores com experiência na indústria automobilística estariam sendo preteridos em função de idade. Recentemente, um sinal de melhora foi a aprovação de um acordo para o reajuste salarial de parte dos trabalhadores, com a elevação do piso salarial de R$ 1.950,00 para R$ 2.067,00 por mês, em setembro, com pagamento retroativo a julho e agosto e, após três meses de trabalho, para R$ 2.273,00 mensais.
Por Correio 24 Horas