Durante a COP30, gigante conferência climática que ocorre em Belém, o Brasil esperava evidenciar sua liderança ambiental por meio da captação de novos financiamentos para o fundo florestal nacional. No entanto, a ausência de confirmações de aporte por importantes países parceiros resultou em um contrassenso: a vitrine se tornou símbolo de fragilidade. Conforme reportagem da Revista Oeste, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos não formalizaram compromissos adicionais.
O fundo, concebido para reunir US$ 25 bilhões em verbas públicas e alavancar capital privado, ainda conta com um montante muito aquém desse objetivo. O governo brasileiro já destinou US$ 1 bilhão, mas o compromisso internacional permanece nebuloso. Revista Oeste A situação reflete um duplo desafio: por um lado, a má captação de recursos compromete o funcionamento e a escala do mecanismo; por outro, evidencia uma redução no prestígio diplomático do país diante de atores globais, sobretudo num momento em que o tema ambiental ganha peso decisivo nas agendas de cooperação.
Analistas ressaltam que parte do problema reside na clareza e articularização do modelo proposto. O fundo sofre com reticências por parte de potenciais financiadores quanto a critérios de elegibilidade, metas de restituição e governança. Revista Oeste+1 Além disso, setores florestais — tradicionalmente mais complexos para atração de capital privado — respondem apenas por cerca de 2% dos recursos externos ao Brasil destinados à conservação e restauração.
O percurso a seguir exige ajustes: reforçar a credibilidade institucional, tornar mais transparente e claro o mecanismo de retorno aos investidores e propor garantias que reduzam o risco percebido. Caso contrário, a falha na mobilização de financiamento pode comprometer não apenas o fundo em si, mas também a imagem do Brasil como ator confiável na governança ambiental global.
Informe Jacobina / Com informações de Revista Oeste