O anúncio do restabelecimento de relações diplomáticas entre Bolívia e Estados Unidos, após cerca de 17 a 20 anos sem troca de embaixadores, marca uma virada significativa na política externa do país andino e reacende expectativas de nova cooperação bilateral.
Em coletiva realizada logo após sua eleição, o presidente boliviano Rodrigo Paz, que assume o cargo em 8 de novembro, declarou que pretende “retomar” as relações com os Estados Unidos — rompidas em 2008 durante o governo de Evo Morales, quando o então embaixador americano foi expulso sob acusações de conspiração.
A ruptura domiciliou uma década de distanciamento diplomático entre os dois países: a Bolívia acabou se voltando a alianças com nações como Cuba, Venezuela e Nicarágua.
Na cerimônia de posse de Paz, o subsecretário de Estado americano, Christopher Landau, participou e confirmou que Washington está disposto a cooperar com La Paz em diversos âmbitos — incluindo segurança, desenvolvimento econômico e reforço institucional. “É inusitado que não tenhamos tido embaixadores. É um passo importante”, afirmou Landau.
A normalização formal contempla a nomeação de embaixadores para ambos os países, fato que havia estado suspenso desde 2008. Portal de notícias Brasil em Folhas Analistas veem a iniciativa como indicativo de que a Bolívia deseja revidar o isolamento diplomático e buscar inserção no cenário internacional de modo mais proativo.
Entre os desafios à frente está o de equilibrar a nova direção externa com as políticas domésticas de Paz, em um país que enfrenta graves dificuldades econômicas e pressões por reformas. A abertura ao capital internacional e às parcerias externas foi apontada pelo novo governo como essencial. ISTOÉ Independente
Contudo, opositores alertam que essa aproximação com os Estados Unidos poderá gerar resistência entre setores que acreditam que a soberania boliviana possa ficar subordinada a interesses externos.
Se o novo capítulo diplomático se consolidar, será também uma mudança estrutural: a Bolívia passa a tratar diretamente com Washington sob alto nível de representação, rompendo com quase duas décadas de ausência de embaixadores e redefinindo sua posição geopolítica na América Latina.
Informe Jacobina / Com informações de “IstoÉ Independente”