Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), por meio do Painel de Acompanhamento de Obras Paralisadas, revela que a Bahia possui 926 obras paradas, o que corresponde a 52% dos 1.770 empreendimentos mapeados no estado.
Apesar de inativas, essas obras já receberam cerca de R$ 1,5 bilhão — o que acende um alerta para o risco de desperdício de recursos públicos e a deterioração das estruturas interrompidas.
Os setores mais impactados são educação básica, saúde e infraestrutura. Segundo a auditoria do TCU:
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Na educação básica, há 412 construções paradas, entre escolas e creches, com previsão orçamentária de R$ 508,3 milhões — dos quais R$ 215 milhões já foram liberados.
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Na educação superior, 12 obras federais estão interrompidas, incluindo 9 da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que foi contemplada com R$ 36,1 milhões em repasses, mas ainda não entregou os prédios.
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No setor saúde, 264 construções — incluindo unidades básicas, hospitais e centros de reabilitação — estão paradas, embora tenham recebido cerca de R$ 63,2 milhões.
Um dos projetos de maior peso financeiro é a duplicação da BR-116, cuja obra foi orçada em R$ 297 milhões. Já foram liberados R$ 263,1 milhões, mas o canteiro está inativo e não há justificativa pública para a paralisação, segundo dados do TCU.
Especialistas apontam que as causas para esse cenário alarmante vão desde planejamento deficiente até abandono por parte de empresas contratadas. O relatório do TCU destaca que muitos projetos ficam parados por:
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Falta de contrapartida financeira;
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Projetos básicos mal elaborados;
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Capacidade técnica limitada para execução;
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Rescisões contratuais ou abandono de obras.
Os impactos dessa paralisação são graves: além do desgaste das estruturas já construídas e dos custos de manutenção, a população não recebe os benefícios que as obras deveriam trazer — escolas permanecem fechadas, unidades de saúde não funcionam e rodovias estratégicas ficam inacabadas.
Informe Jacobina / Com informações de Informe Baiano