"Senti-me suja! Como se ele tivesse roubado o meu direito de escolha, meu valor, algo que eu guardava pra entregar com amor verdadeiro pra alguém especial. Depois que o meu namorado me estuprou, tentei fazer dele essa pessoa, mas com o tempo vi que não havia lógica, que era uma atitude desesperada", desabafou Sandra*, educadora física, que aos 18 sofreu violência sexual. Hoje, com pouco mais de 30 anos, ela relembra de forma dolorosa o que sofreu com o primeiro namorado. "Foi terrível, senti o órgão sexual dele na minha pele, fiquei assustada e pedi para parar. Ele, simplesmente disse que já não podia mais e quando terminou, falou que tinha que ir embora. Mesmo tendo acontecido há muito tempo, ainda machuca", relembrou. Ainda em entrevista ao LeiaJá, Sandra* relatou que no final se sentiu responsável. "Na época, eu acreditei que era culpada, que tinha merecido aquilo e que não prestaria mais pra ninguém. Mantive o namoro por um tempo, mas acabei para não provocar problemas", contou a educadora, que atualmente é casada e tem uma filha de um ano. Essa realidade é vivenciada por milhares de mulheres, que sofrem violência doméstica, sexual ou sexista. Neste último domingo, 8 de março, comemorou-se o Dia Internacional da Mulher, porém, infelizmente, os dados mostram que não há muito o que se festejar.
