A exposição dos bancos públicos à Petrobrás chega a US$ 27 bilhões, ou R$ 77,5 bilhões, em dívidas. A estimativa foi feita pela Moody's, agência de risco que rebaixou o rating da Petrobras na última terça-feira, 3. Desse valor, US$ 16,3 bilhões, ou R$ 46,7 bilhões, estariam no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mostra cruzamento de dados feito pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. O Banco do Brasil (BB) teria R$ 19,5 bilhões e a Caixa, R$ 11,3 bilhões. Os bancos públicos, com o BNDES à frente, foram fartamente utilizados para financiar a Petrobras, sobretudo na fase aguda da crise internacional e são vistos agora como uma das poucas saídas para dar fôlego financeiro à estatal. De dezembro de 2005 a maio do ano passado, a Petrobrás contratou um total de R$ 63,6 bilhões em empréstimos junto ao BNDES, em diversos projetos, segundo levantamento feito no site da instituição de fomento. Para justificar o apoio, o governo insistia no argumento de que a petroleira tinha baixo risco, mas o quadro vem mudando com as investigações da Operação Lava Jato e o atraso na divulgação do balanço financeiro - até hoje, a Petrobras não divulgou os resultados auditados do terceiro trimestre de 2014, um dos motivos apontados pela Moody's para o rebaixamento. À medida que a Lava Jato avança, cresce a preocupação do mercado com as dívidas de construtoras e fornecedores da cadeia de petróleo e gás. "Não é risco de quebra dos bancos, mas de perda de rentabilidade", diz João Augusto Salles, analista da consultoria carioca Lopes Filho, especializado do setor financeiro.
