Aprovada recentemente pelo Conselho Superior da Universidade Federal de Juiz de Fora, a adoção do nome social em identificação estudantil que será usada por alunos e funcionários transgêneros, transexuais e travestis nas dependências da universidade é tida como um instrumento para diminuir a evasão de alunos. A opinião é da transexual Brune Brandão, 23, aluna do mestrado em psicologia da universidade, que fica na cidade de Juiz de Fora (278 km de Belo Horizonte). Segundo ela, quando as pessoas desse grupo social passam a ser respeitadas nas suas escolhas, dentro da comunidade universitária, a tendência é a diminuição de desistência de alunos em frequentar os cursos que, em muitos casos, de acordo com Brune, preferem sair da universidade a passar por possíveis constrangimentos. "Ajuda bastante no tocante à evasão escolar e de casos de desrespeito dentro da universidade. O benefício maior é que sua identidade é legitimada pela universidade e isso vai permitir às pessoas trans a possibilidade de fazer valer os seus direitos", afirmou a universitária. A opinião dela é compartilhada pela pró-reitora de Apoio Estudantil e Educação Inclusiva, Joana Machado. Por meio da assessoria de imprensa da universidade, a educadora disse que a implantação da identidade social contribui para o enfrentamento da evasão, considerada um problema para esse grupo de alunos e alunas. "A rotina acadêmica com um nome que remete a um gênero com o qual o estudante não se identifica pode motivar a desistência do curso", informou o setor. Brune Brandão disse ter tomado conhecimento de casos nos quais alunos da universidade passaram por constrangimentos dentro de sala de aula.
