Pesquisadores do Instituto Carlos Chagas (ICC), da Fiocruz Paraná, estão mais perto de desenvolver um teste rápido para detectar o chikungunya, doença que já infectou 3.822 pessoas desde que chegou ao Brasil no ano passado. Este mês, a equipe conseguiu isolar o vírus a partir do soro do sangue de pacientes infectados. Ter o vírus isolado significa, segundo a pesquisadora Claudia Nunes Duarte dos Santos, chefe do Laboratório de Virologia Molecular do ICC, obter matéria-prima permanente para pesquisas sobre a doença. “Conseguimos crescer o vírus em cultura e podemos manipular, infectar outras células, usar como reativo para teste diagnóstico e estudar diferentes aspectos do vírus”, diz. O foco de sua equipe agora é validar um kit diagnóstico desenvolvido pelo laboratório para detectar a doença em apenas 15 minutos a partir de uma gota de sangue. Atualmente, o teste padrão para detecção do chikungunya usado pelo Ministério da Saúde é do tipo Elisa (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). Ele é capaz de detectar os anticorpos produzidos pelo organismo em reação ao vírus. Por isso, o exame só é eficaz a partir do quinto dia do aparecimento dos sintomas. O resultado também não é imediato: demora alguns dias para sair. Por causa das limitações relacionadas a esse teste, depois que os primeiros casos são constatados com exame laboratorial em determinada região, ocorrências posteriores são confirmadas apenas por critérios clínicos e epidemiológicos, segundo determinação do Ministério da Saúde.
