A Petrobras vai separar, no balanço dos terceiro e quarto trimestres do ano passado, as perdas decorrentes do processo de imparidade (reavaliação de seus ativos) e o que está sendo chamado na petroleira de “custo da corrupção”. Na imparidade, o valor inflado dos projetos considerado foi constatado principalmente na área de refino.A ideia é explicitar nas demonstrações financeiras o que a companhia entendeu serem atos de corrupção, baseada em registros encontrados nos processos da Operação Lava Jato. A missão da nova diretoria de Governança, Risco e Conformidade será desenvolver metodologias que possam capturar artificialismos no preço dos serviços que fornecidos à Petrobras e que até hoje são extremamente difíceis de ser identificados.Com isso, a empresa espera evitar a repetição de irregularidades constatadas em contratos listados como suspeitos na investigação da Polícia Federal. As avaliações pesam principalmente em refinarias, como a Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Comperj, no Rio de Janeiro. A primeira estava orçada em US$ 4 bilhões e ultrapassou US$ 20 bilhões; o Comperj, que começou a obra com previsão de investimentos de US$ 8 bilhões, viu o projeto original minguar ao passo que os custos dispararam para mais de US$ 20 bilhões. (AE)
