Esquema que fraudava o DPVAT pode ter desviado até R$ 28 milhões

A Polícia Federal e o Ministério Público suspeitam que o esquema de fraudes no seguro DPVAT - que o Bom Dia Brasil mostrou na segunda (13) - está espalhado por todo o país. Há indícios de participação nessa quadrilha de policiais, médicos e até da seguradora oficial do DPVAT. Os investigadores conseguiram gravações telefônicas que descrevem como funcionava o esquema. A quadrilha providenciava ocorrências policiais, laudos médicos, tudo falso. As fraudes podem chegar a R$ 28 milhões. Só em Montes Claros, norte de Minas Gerais, que tem 400 mil habitantes, foram registrados dez mil pedidos de indenização do seguro DPVAT. Foi o que motivou a investigação iniciada há um ano. Na segunda, para não levantar suspeitas, já que eram 200 policias na cidade, a Polícia Federal chegou a forjar um seminário. Ao longo do dia foram apreendidos documentos, reais, euros, dólares e libras. Lá e em outras cidades foram 39 presos por fraudes no recebimento do DPVAT: 10 policiais civis, entre eles, um delegado, além de oito advogados e servidores públicos da saúde, como fisioterapeutas, e médicos.
Em uma escuta telefônica, o funcionário de uma seguradora deixa claro que o laudo pode ser modificado. CONTINUAR LENDO...

Funcionário: O relatório está na perna direita. E o relatório dele está falando na perna esquerda, né?
Moça: Só a perna esquerda. É por isso que talvez por esse motivo eles pediram para fazer a perícia de novo. E amanhã como é que eu vou falar lá com eles?
Funcionário: Onde é que vai ser a perícia sua?
Moça: Em frente ao HU, está escrito aqui.
Funcionário: Ah, não, lá o médico é meu chegado.
A quadrilha usava, além de laudos médicos falsos, ocorrências policiais inventadas. Também falsificava assinaturas em procurações para entrar com ações na justiça. O grupo usava nomes de pessoas sem permissão, recebia por elas e distribuía o dinheiro entre os envolvidos na fraude. Outro caso comum foi o vivido por um homem: atravessadores o abordaram ainda no hospital. Deram entrada e cobraram uma porcentagem. “Antes do seguro cair na minha conta eles já estavam pedindo 18%”, conta o homem. O DPVAT é um seguro pago por quem tem carro, e que serve para indenizar envolvidos em acidente de trânsito. O pedido é de graça, nos postos de atendimento oficiais. O valor varia de acordo com a lesão sofrida. E quem teve despesas médicas e hospitalares comprovadas tem direito a reembolso.
“Ao que tudo indica, não existe uma cidade que não tenha um núcleo bem informado por um policial que corrompe, um membro do hospital que corrompe, um médico e essa seguradora. Não existe hoje nada. E o que chama a atenção é essa falta de fiscalização”, afirma o promotor de Justiça Bruno Oliveira.
Segundo a polícia, a Líder Seguradora, que administra o DPVAT no país, estaria envolvida. Segundo investigadores, há casos em que a área jurídica reconhecia a fraude, mas ainda assim o benefício era pago e a propina distribuída. “Nós não temos dúvida alguma que somente com a atuação omissiva da principal seguradora que atua no ramo de seguros em nosso país é que essas fraudes estão acontecendo em todo o território nacional”, ressalta o delegado Marcelo de Freitas. A Líder nega envolvimento no caso. “Se apresentam muitas vezes como representante da seguradora, funcionários da seguradora, usam nomes de empresas parecidas com o da seguradora para que eles possam iludir a pessoa de que ela está tratando com um agente da seguradora”, explica Ricardo Xavier. Os envolvidos vão responder por crimes como formação de quadrilha, estelionato, corrupção ativa e passiva.

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