Prestes a ser derrotado na votação das emendas ao projeto que amplia a terceirização da mão de obra para as atividades-fim nas empresas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teve que adiar a apreciação dos textos para a próxima quarta-feira, dia 22 l. Um requerimento para postergar a sessão foi apresentado pelo PSD e a maioria dos partidos apoiou o pedido, o que levou Cunha a suspender a sessão e convocar uma reunião emergencial com os líderes para definir o adiamento da votação. — Se é para aprovar o requerimento de forma muito apertada, como ia ser, é melhor concluir essa votação depois. Fizemos um acordo para, na próxima semana, votar sem obstrução. Muitas emendas foram apresentadas e os deputados ficaram sem segurança do que iam votar – disse Cunha.O presidente da Câmara, que trabalhou fortemente para aprovar o projeto, negou que tenha sido derrotado. O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), comemorou o adiamento como uma vitória do partido e do governo. -Acho que prevaleceu o bom-senso e nós só temos o que comemorar, É o melhor caminho para votar essa matéria, diante de tamanho impasse — afirmou José Guimarães, acrescentando que pretende chamar as centrais sindicais, empregadores e o governo para tentar chegar a um consenso antes de quarta-feira. O ministro da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, comentou em nota o adiamento do projeto. Segundo Rossetto, o governo irá retomar as negociações envolvendo a medida: “Diante da decisão do plenário da Câmara dos Deputados de adiar a votação do PL 4330, é momento de retomarmos o diálogo entre os trabalhadores, empresários, governo e Congresso Nacional numa mesa de negociação”, diz a nota.
