A família da atendente Andréia Lubarino Santana, 36 anos, levou um susto ao abrir o caixão no Cemitério Quinta dos Lázaros. O corpo que estava dentro não era de Andreia e sim de um idoso. Ela, que era de Salvador, estava internada desde janeiro no Instituto Nacional de Câncer, em São Paulo, para tratamento de leucemia, e morreu na última quinta-feira (7). O irmão de Andréia, o motorista Gilson Santana, 47, foi o primeiro a constatar o erro. “Abrimos o caixão no cemitério e foi um choque imenso. Uma mistura de tristeza e revolta”, disse Gilson. A família havia contratado a empresa Gollog, serviço de cargas da companhia aérea Gol, para fazer o translado do corpo, através da funerária paulista Schunck. O corpo deveria ter chegado no voo 1162, da Gol, que saiu de Guarulhos e chegou às 13h no Aeroporto Internacional de Salvador. Lá, Gilson recolheu o caixão e seguiu para o cemitério. O enterro estava marcado para às 16h. “Os documentos vieram certo, a etiqueta externa veio endereçada para o meu marido, mas na etiqueta interna tinha o nome de outra pessoa. Não entendemos o que aconteceu”, afirmou Iramar Oliveira, 43, esposa de Gilson. Na etiqueta colocada diretamente no caixão pela Funerária Schunk, ainda em São Paulo, estava o nome de Luis Sobral Silva, 88. Já o plástico que envolvia o caixão, com a logomarca da Gollog, trazia uma etiqueta cujo destinatário era “Jilson de Santana”. Após perceberem o problema, ao lado de parentes e amigos vindos de Feira de Santana e Euclides da Cunha, começou a saga para tentar localizar o corpo de Andreia. Eram por volta de 14h. Nesse momento, eles mal sabiam, mas o corpo de Andreia viajava pelo agreste pernambucano, rumo ao velório de Luis — que estava... na Quinta dos Lázaros, diante dos olhos da família de Andreia.
