Após cinco dias, a Receita Federal liberou menos da metade dos 200 frascos do remédio canabidiol (CBD) que estavam retidos no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O remédio, obtido de uma substância da maconha, foi encomendado para tratar 13 pacientes, em sua maioria crianças, que precisam do composto para terem controladas crises de epilepsia refratária, convulsões graves que não são contidas com outros fármacos. Apesar disso, 116 frascos do medicamento continuaram retidos. Eles foram encomendados por uma mulher do Rio de Janeiro, cujo filho consome um frasco do remédio a cada dois dias - o total deveria servir para seis meses de tratamento. No entanto, o rapaz usou a última dose que tinha em casa hoje. O canabidiol foi trazido ao país pela a brasileira Keila Santos, que mora em São Francisco, na Califórnia (EUA), e trabalha com o composto. A saga da empresária para liberar o remédio começou na sexta-feira (22), quando ela passou 13 horas no aeroporto tentando a liberação. Segundo uma portaria recente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publicada em 8 de maio, uma pessoa pode trazer doses do remédio para vários pacientes, desde que tenha procurações dos responsáveis e autorização prévia para a importação. Desse modo, os medicamentos entrariam no Brasil como bagagem acompanhada, isenta de alíquota. Apesar de ter em mãos a autorização para trazer os remédios, com as respectivas receitas médicas, além de procurações, Keila foi informada que a Receita Federal não reconhecia a portaria da Anvisa. Na segunda-feira (25), a empresária voltou ao aeroporto para tentar a liberação e passou mais seis horas no local. Sem conseguir resgatar os medicamentos, ela foi informada que deveria apresentar também as certidões de nascimento dos pacientes e as carteiras de identidade dos pais, que não haviam sido exigidas anteriormente. (Band News)
