Quem precisa de atendimento médico nos postos de saúde ou hospitais da cidade sabe que todo o cuidado é pouco na hora de se realizar um tratamento para que o alívio não se transforme em um transtorno maior. Ainda mais quando se tratam das infecções hospitalares que, a depender da sua evolução, podem levar o paciente até a morte. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os dados de infecção hospitalar são de difícil apuração. “Porque é complicado identificar quando um paciente chega ao serviço de saúde com a infecção já iniciada e, eventualmente, é agravada ou se a infecção se instalou após algum procedimento clínico ou ambulatorial”, informaram através de nota enviada pela assessoria de comunicação. Mas, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), dizem que as infecções atingem cerca de 14% dos pacientes internados, além de, por ano, ser responsável por mais de 100 mil mortes.Na Bahia, de acordo com a Secretaria de Saúde do estado (Sesab), as taxas de infecção hospitalar – atualmente conceituadas como Infecções Relacionadas à Assistência à Saude (IRAS) – têm diminuído, de 7,9%, em 2012, para 2,4%, até agosto do ano passado. Apesar dos números, no entanto, a Secretaria considera que a enfermidade constitui um grave problema de saúde pública. “Essa é aquela infecção que acontece no paciente que está internado por mais de três dias no hospital – ou relacionado a um procedimento invasivo que foi realizado por algum serviço de saúde – e ele não apresentava essa infecção no momento em que ele foi internado”, definiu a infectologista, Áurea Angélica Paste. Porém, apesar de todos os avanços da medicina, casos como esse continuam acontecendo, segundo a especialista por conta do aumento da resistência das bactérias aos antibióticos.
Alguns são os fatores que podem levar a pessoa a adquirir alguma infecção, desde a baixa imunidade do paciente, até mesmo a falta de alguns procedimentos como a higiene de instrumentos médicos. “É importante saber que o corpo humano é cheio de bactérias e estão no nosso organismo sem causar mal algum. Mas, por exemplo, ao se realizar um procedimento, como a da passagem de uma sonda pela bexiga, e esta não estiver devidamente esterilizada, pode vir a causar infecções”, alertou. Áurea também cita que falta do habito de lavar as mãos pode ajudar com que a situação de um paciente se complique. No entanto, são os muitos os profissionais da saúde que não tomam esta medida. “Hoje em dia, é mais uma questão de consciência. O ser humano não leva tão a sério quanto deveria e acaba negligenciando um pouco. Também tem o uso indiscriminado de antibióticos pela população que também tem ajudado na piora do quadro. Mas, considero que são vários fatores, não apenas uma coisa só”, salientou. (Tribuna da Bahia)
