Desativado desde setembro do ano passado, o Hospital Espanhol, situado na Barra, contabiliza R$ 80 mil de prejuízo mensalmente enquanto fechado. Este montante é gasto com segurança, luz, água, manutenção, mas a solução para a unidade de saúde, focada na sua futura venda, ainda está aparentemente longe de acontecer, conforme Francisco Magalhães, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia. “Não acredito que dentro de um ano ou dois este problema seja solucionado. O valor do hospital para a venda é de R$ 300 milhões e se for a leilão o lance mínimo é de R$ 100 milhões. Não acredito que se encontre um comprador, apesar da unidade estar localizada numa área bastante valorizada”, afirma Francisco Magalhães. O Hospital Espanhol, fundado há 129 anos, foi acometido de uma crise em 2013 que literalmente o deixou na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Com um montante de R$ 25 milhões em dívidas trabalhistas, no mês de setembro de 2014 teve todas as atividades suspensas e venda anunciada pela Real Sociedade Espanhola, responsável pela sua administração, enquanto na Justiça do Trabalho a diretoria do HE via surgir um montante parcial de aproximadamente 600 ações em tramitação e mais de mil processos reclamatórios pulverizados no imbróglio judicial.“O governo do Estado deveria argüir o direito de assumir a gestão do hospital, nem que fosse temporariamente. Afinal são 300 leitos da unidade de terapia intensiva (UTI) desativados. Receio por mais prejuízos, por exemplo, com equipamentos em desuso, como tomografia, máquinas de hemodiálise e outras”, diz o presidente do Sindimed-BA. CONTINUAR LENDO...
Governo se manifesta: Consultado sobre o futuro do paralisado Hospital Espanhol, o secretário de Saúde do Estado, Fabio Vilas Boas, disse à Tribuna que o Governo do Estado está acompanhando de perto as negociações que estão sendo conduzidas pela Real Sociedade através da empresa negociadora Price Whaterhouse and Coopers (PWC). Questionado sobre a dificuldade da venda do hospital autorizada pela Justiça, Vilas Boas garante que “na ausência de uma solução por parte da RSEB, a SESAB e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) vêm trabalhando na estruturação de um plano para encaminhamento de uma solução definitiva para o Hospital Espanhol. Esta solução não passa por estatização do empreendimento. Por envolver questões estratégicas não é possível revelar o teor, mas estamos próximos a uma definição”, adiantou.
Governo se manifesta: Consultado sobre o futuro do paralisado Hospital Espanhol, o secretário de Saúde do Estado, Fabio Vilas Boas, disse à Tribuna que o Governo do Estado está acompanhando de perto as negociações que estão sendo conduzidas pela Real Sociedade através da empresa negociadora Price Whaterhouse and Coopers (PWC). Questionado sobre a dificuldade da venda do hospital autorizada pela Justiça, Vilas Boas garante que “na ausência de uma solução por parte da RSEB, a SESAB e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) vêm trabalhando na estruturação de um plano para encaminhamento de uma solução definitiva para o Hospital Espanhol. Esta solução não passa por estatização do empreendimento. Por envolver questões estratégicas não é possível revelar o teor, mas estamos próximos a uma definição”, adiantou.
Conheça a situação e o processo na Justiça do Trabalho: Um acordo na Justiça para o pagamento das dívidas e de prazo para a venda do hospital foi assinado entre as partes durante audiência realizada no último (24/4), no Juízo de Conciliação de 2ª Instância do TRT5 (JC2), com a participação de dirigentes da entidade civil devedora e da Comissão de Credores. Desde novembro de 2014 a Real Sociedade Espanhola vinha descumprindo o acordo, pactuado em outubro de 2013, em que se comprometia a depositar R$ 240 mil por mês para a amortização de dívidas trabalhistas. Cerca de R$ 2,7 milhões chegaram a ser pagos, dando quitação a 80 processos. Mas, como o Hospital Espanhol, principal fonte de receita da associação, acabou fechando as portas, os pagamentos deixaram de ser feitos, provocando a inadimplência com as ações restantes. Uma nova audiência já está agendada para 27 de setembro próximo, onde a Real Sociedade Espanhola deverá prestar contas em torno da venda da unidade, que é o bem de maior valor de grupo. Acompanhando o desenrolar do processo que envolve o Hospital Espanhol estão representantes do Ministério Público do Trabalho, Ministério Público do Estado, procuradores do Município e do Estado, além de centenas de trabalhadores interessados no desfecho das ações trabalhistas. (Tribuna da Bahia)
