"Sempre que eu estava trabalhando e a Débora*, a babá da minha filha, ia ao clube com ela, era um estresse. A gente nunca sabia se os seguranças iam deixá-la entrar ou não. Tudo porque o clube exige que babás vistam branco. Tentei conversar com a direção, mas não adiantou. Um dia eu cansei." O depoimento acima é da advogada paulistana Roberta Loria que acionou o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) com uma denúncia de discriminação por parte do Esporte Clube Pinheiros (zona oeste de São Paulo). — Não é só para resolver o nosso problema. É uma questão social. É revoltante essa discriminação ainda ocorrer. Sou sócia do Pinheiros há pouco mais de um ano e jamais imaginei que isso acontecesse. Após a denúncia, a promotora de Justiça Beatriz Helena Budin Fonseca resolveu abrir um inquérito civil contra o Clube Pinheiros. Outros clubes de elite da capital paulistana também estão na mira do MP. De acordo com o Ministério Público, o objetivo do inquérito é apurar a prática de discriminação social pelo clube ao exigir que as babás que acompanham as crianças sócias estejam vestidas de branco.
Uniforme e áreas exclusivas: Questionado pela BBC Brasil, o Clube Pinheiros confirmou que "a utilização de uniforme na cor branca pelas babás está devidamente regulamentada através de normativa interna do clube" e afirmou que "assim como é comum em organizações a utilização de uniforme e crachá, o Pinheiros adota o mesmo tipo de sistema".
