Salvador e Região Metropolitana registraram nos últimos 10 anos 460 mortes por asma, sendo a maioria dos óbitos em postos de saúde onde as vítimas buscavam por socorro. Os números foram divulgados pelo presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), José Carlos Perini, na abertura do 13º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia em Pediatria (Alergoped 2015). Segundo ele, existem medicamentos ofertados gratuitamente em farmácias populares do país para tratamento da doença, mas apenas 10% a 13% da população utilizam os recursos. Perini acrescenta que a baixa procura é resultado da “falta de habilitação de muitos profissionais de saúde, que sequer sabem do benefício”. O encontro, promovido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em parceria com a Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), reforça a importância da educação continuada de pediatras, através da atualização de conhecimento e práticas clínicas no diagnóstico e tratamento das patologias em crianças e adolescentes. O congresso reúne professores da Bahia, de outros estados e de fora do país. Para o presidente da Sobape, Fernando Barreiro, “esse encontro dá início a uma nova era de melhor atenção à saúde infantil no país”. A presidente do 13º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia em Pediatria, Hermila Guedes, destacou o número expressivo de mais de 800 participantes e o alto nível dos conteúdos abordados nas aulas. O presidente da SBP, Eduardo Vaz, alertou para a importância das políticas públicas em saúde e destacou que a sociedade está em contato com o Ministério da Educação para melhorar a qualificação dos profissionais da área de alergia e imunologia que atuam na assistência.
Diagnóstico tardio - Outro dado apresentado na abertura do Alergoped 2015 indica que ainda é tardio o tempo de diagnóstico em alergias e doenças respiratórias no Brasil, o que varia entre sete a oito anos após o começo das doenças. Para Pérsio Roxo, presidente do Departamento de Alergia e Imunologia da SBP, o problema decorre de “falta de políticas públicas” nas especialidades. Ele lembrou o pioneirismo de Salvador na qualificação de pediatras nas especialidades, sendo a primeira cidade do Brasil a receber cursos de atualização em 2011. Desde então, 65 pediatras foram titulados pela SBP em cursos itinerantes. (Tribuna da Bahia)
