Arrecadação cai em julho e tem pior desempenho para o mês em 5 anos

A arrecadação de impostos e contribuições continuou sofrendo, em julho, os efeitos da crise econômica e do baixo nível de atividade e teve desempenho ruim para o mês - apesar do aumento de vários tributos autorizado no começo deste ano - segundo dados da Secretaria da Receita Federal divulgados ontem. No mês passado, a arrecadação federal somou R$ 104,8 bilhões e, com isso, teve queda real de 3,13% sobre o mesmo mês de 2014. Este foi o pior desempenho, para meses de julho, desde 2010, ou seja, dos últimos cinco anos. O fraco resultado aconteceu apesar do ingresso, no mês passado, do pagamento de R$ 2,3 bilhões pelas empresas relativo ao pagamento de impostos atrasados. "O comportamento da arrecadação decorre de uma conjugação de fatores, todos eles vinculados à atividade econômica. A forte desaceleração da atividade econômica impactou muito fortemente a arrecadação tributária", declarou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias. Segundo ele, alguns tributos têm comportamento muito "aderente" (ligado) ao desempenho do consumo e do comércio varejista, enquanto outros têm comportamento muito próximo ao desempenho da indústria. "E outros à perspectiva de resultados positivos, como o IR e a CSLL. Em um momento de incertezas, isso gera impacto forte sobre o IR e a CSLL", acrescentou o representante do Fisco. CONTINUAR LENDO...

Queda de 2,91% no ano: Já no acumulado dos sete primeiros meses deste ano, informou o Fisco, a arrecadação totalizou R$ 712,07 bilhões – com queda real de 2,91% frente ao mesmo período do ano passado. Este foi o pior resultado, para este período, desde 2010, informou a Receita Federal. O desempenho ruim da arrecadação, neste ano, foi registrado mesmo com a entrada de R$ 10 bilhões em receitas extraordinárias (débitos em atraso, transferência de ativos entre as empresas e remessas ao exterior em razão da alienação de ativos).
Atividade fraca e desonerações: De acordo com dados da Receita, a arrecadação ainda refletiu, nos sete primeiros meses deste ano, o baixo nível de atividade econômica. Neste período, produção industrial recuou 5,82%, as vendas de bens e serviços caíram 5,67% e o valor em dólar das importações recuou 22,50%, apesar do aumento de 5,44% na massa salarial. Ao mesmo tempo, o governo também informou que as desonerações de tributos feitas nos últimos anos – parcialmente revertidas no início de 2015, em alguns casos – também geraram queda da arrecadação de janeiro a julho deste ano. De acordo com a Receita Federal, as reduções de tributos realizadas nos últimos anos tiveram impacto de queda na arrecadação de R$ 62,63 bilhões nos sete primeiros meses de 2015.
Alta de impostos: Apesar das reduções de tributos feitas nos últimos anos, o governo começou a aumentar impostos em 2015. Logo no início deste ano, o governo elevou o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis, que retornou para as chamadas "alíquotas cheias". O carro 1.0, por exemplo, passou a ser tributado em 7% pelo IPI, contra a tributação anterior de 3%. A expectativa do governo é de arrecadar até R$ 5 bilhões a mais neste ano com a medida. Em 21 de janeiro, a nova equipe econômica subiu o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide nas operações de crédito para o consumidor. A alíquota passou de 1,5% para 3% ao ano (o equivalente à alta de 0,0041% para 0,0082% por dia). Esse valor está sendo cobrado além dos 0,38% que incidem na abertura das operações de crédito. Com essa medida, o governo espera arrecadar R$ 7,38 bilhões neste ano. Além disso, também já foi elevada, no início de fevereiro, a tributação incidente sobre a gasolina e o diesel. Segundo o Fisco, o impacto do aumento da tributação será de R$ 0,22 para a gasolina e de R$ 0,15 para o diesel. A expectativa do governo é arrecadar R$ 12,18 bilhões com esta medida em 2015. Desde o início de maio, também está valendo o aumento de tributos sobre cosméticos. Além disso, também já está valendo a alta da tributação sobre produtos importados. No começo de maio (com impacto na arrecadação somente em junho), o governo adotou um novo modelo de tributação sobre o setor de bebidas frias – que engloba cervejas, refrigerantes, águas, energéticos e isotônicos. De acordo com a Receita Federal, está havendo um aumento médio da tributação dos produtos em cerca de 10%.
Arrecadação por tributos: A Receita Federal informou que o Imposto de Renda arrecadou R$ 202 bilhões com o Imposto de Renda de janeiro a julho deste ano, com queda real de 0,77% sobre o mesmo período do ano passado (R$ 203 bilhões). Os números foram corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No caso do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a arrecadação somou R$ 77,95 bilhões de janeiro a julho, com queda real de 9,93% sobre o mesmo período ano anterior. Sobre o IR das pessoas físicas, o valor arrecadado totalizou R$ 19,27 bilhões na parcial de 2015, com recuo real de 2,18%. Já o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) arrecadou R$ 104,79 bilhões nos primeiros sete meses do ano, com alta real de 7,66% sobre igual período de 2014. Com relação ao Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), os números do Fisco mostram que o valor arrecadado somou R$ 23,53 bilhões nos sete primeiros meses deste ano, com queda real de 0,41% sobre o mesmo período do ano passado. No caso do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), houve  uma alta real de 10,22%, para R$ 20,32 bilhões, de janeiro a julho deste ano. Neste caso, a arrecadação foi influenciada pela alta do tributo, que já foi recomposto no início deste ano. A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), por sua vez, arrecadou R$ 118,88 bilhões nos sete primeiros meses deste ano, com queda real de 3,18%, enquanto a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) registrou arrecadação de R$ 41,78 bilhões no acumulado de 2015, com recuo real de 8,71%. (G1)

Atenção: os artigos deste portal não são de nossa autoria e responsabilidade.
Nós não produzimos e nem escrevemos esse artigo qual você esta lendo.

Entenda: nosso site utiliza uma tecnologia de indexação, assim como o 'Google News', incorporando de forma automática as notícias de Jacobina e Região.
Nossa proposta é preservar a história de Jacobina através da preservação dos artigos/relatos/histórias produzidas na internet. Também utilizamos a nossa plataforma para combater a desinformação nas redes (FakeNews).

Confira a postagem original deste artigo em: http://www.jacobinanews.com/

Em conformidade com às disposições da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018) e às demais normas vigentes aplicáveis, respeitando os princípios legais, nosso site não armazena dados pessoais, somente utilizamos cookies para fornecer uma melhor experiência de navegação.